Cidades

Coronavírus: disparada de casos leva à suspensão do comércio no DF

Com o aumento de casos de coronavírus, 133% em um dia, GDF suspende as atividades de todos os estabelecimentos, exceto serviços considerados essenciais, como farmácias e supermercados. Decreto também prorroga a paralisação geral até 5 de abril

Correio Braziliense
postado em 20/03/2020 06:00
Sem esquecer a máscara, a moradora do Sudoeste Lucy Barros, 63 anos, foi ao supermercado ontem para adquirir alguns alimentos: Mais um decreto se junta ao pacote de medidas tomadas pelo Governo do Distrito Federal (GDF) para combater o novo coronavírus. Após fechar shoppings, bancos, parques e casas noturnas, o Executivo local ampliou a restrição de funcionamento para todo o comércio. Apenas nesta quinta-feira (19/3), a capital registrou mais 38 confirmações da Covid-19, totalizando 84 casos. Devido à disparada de notificações, lojas de rua, bares, restaurantes e templos religiosos devem paralisar as atividades pelo menos até 5 de abril — o mesmo prazo vale para as escolas das redes pública e particular.

A norma estabeleceu que “serviços essenciais” permanecerão em funcionamento. Portanto, laboratórios, clínicas de saúde, farmácias, telentrega, mercados, lojas de material de construção, padarias, postos de combustíveis e açougues poderão abrir as portas. O decreto ainda destaca que salões de beleza e centro estéticos também devem obedecer à regra. Os empreendimentos que permanecerem abertos deverão se atentar para manter a distância mínima de 2 metros entre as pessoas.

Na educação, o novo decreto do GDF determina que a suspensão das aulas precisa ser tratada como férias escolares de julho, com início em 16 de março. Fica a critério da rede privada adotar essa medida de antecipação do recesso. A Secretaria de Educação será responsável pelo cumprimento do calendário escolar, após o retorno dos estudantes. Por decisão judicial, os atendimentos nas creches também estão suspensos.

Cartórios

Para reduzir o impacto, a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (Fecomércio) tenta negociação com o GDF para a prorrogação do pagamento de impostos, principalmente para empresas de pequeno porte. Em nota oficial, a entidade destacou que está em contato com o Executivo a fim de pleitear essa intenção. “A entidade informa ainda que continuará dialogando com o Poder Público local no sentido de atenuar os impactos na vida das pessoas e das empresas”, ressaltou o texto.

Outro seguimento que sofre por causa da Covid-19 são os cartórios. Ontem, o setor anunciou que suspenderá o atendimento presencial ao público até 30 de abril. Entretanto, no período, os funcionários continuarão a praticar todas as funções de forma remota e digital, ou por plantão, em casos urgentes. Títulos e garantia para financiamentos e empréstimos, escrituras e procurações poderão ser lavradas no site anoregdigital.com.br.

Atenção


O que pode ficar aberto ou funcionar

  • Farmácias
  • Laboratórios
  • Clínicas de saúde
  • Telentrega
  • Mercados e supermercados
  • Lojas de material de construção
  • Padarias
  • Postos de combustíveis
  • Açougues
  • Clínicas veterinárias

Cuidados redobrados nos supermercados

Os mais de mil supermercados do Distrito Federal funcionarão em horário normal, segundo informou o Sindicato dos Supermercados no DF (Sindsuper). A entidade ressaltou que as decisões sobre possíveis restrições de horários ou limite de entrada de pessoas ficarão sob responsabilidade dos proprietários. Contudo, o Decreto nº 40.539, publicado nesta quinta-feira (19/3) em edição extra do Diário Oficial do DF, estabelece distância mínima de dois metros entre as pessoas nos locais que se mantiverem abertos. É o caso dos supermercados, que nesta quinta-feira (19/3) tiveram movimento dentro da média.

A rede Pão de Açúcar adotou um esquema especial de atendimento. Entre as 6h e as 7h, todas as unidades de Brasília estarão dedicadas, exclusivamente, para clientes acima de 60 anos. Após esse horário, as lojas seguirão abertas para a população em geral.

A moradora do Sudoeste Lucy Barros, 63 anos, está em casa há uma semana e decidiu ontem repor alguns alimentos. “Para ficar mais uma semana de repouso, decidi comprar produtos perecíveis. Preferi adquirir os itens aos poucos. Isso porque confirmaram que os estoques não vão acabar”, explicou. Para as compras, Lucy tomou as devidas precauções. “Evito ter contato com as pessoas, uso álcool em gel e lavo sempre as mãos”, contou. Além dos cuidados, ela usou uma máscara. “Como apresentei alguns sintomas da doença, como tosse seca e coriza, passei a redobrar a atenção. Fiz o primeiro teste para coronavírus e, felizmente, deu negativo”, contou.

A bancária Edilene Almeida, 35, também fez uma reserva de alimentos em casa. “Vim ao mercado para comprar produtos do dia a dia, como biscoitos e pão”, detalhou. O sentimento, segundo ela, é de angústia. “Ficamos com medo do incerto. Vejo os lugares fechando e não sei quando abrirão de novo”, desabafou. Além disso, a bancária leva a sério os cuidados para a prevenção da doença. “Tiro os sapatos, lavo e passo álcool nas mãos.”

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