Cidades

Sem risco de faltar alimento

O Sindicato dos Supermercados do DF (Sindsuper) registrou alta de 30% nas vendas nesta semana, evidenciando o temor da população. Porém, a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do DF (Fecomércio), Francisco Maia, afirma que não há motivo para preocupação com desabastecimento no DF. “Os supermercados estão preocupados com essa loucura de pessoas correndo para grandes compras. Há produtos para os próximos 60 dias, e muitos outros pedidos foram feitos e chegarão em breve. É importante que a população tenha bom senso. Não há necessidade de correr para comprar, porque terá mercadoria para atender a todo mundo”, garante.

Mesmo assim, brasilienses correm para os mercados e enchem os carrinhos na intenção de estocar alimentos e produtos de necessidades básicas. A babá Thaynan Gaudino, 24 anos, enfrentou duas horas de fila em um supermercado da Asa Sul para garantir o estoque do mês. “Eu levei só um carrinho, mas tinha gente com três. Priorizei o grosso, que é arroz, feijão, macarrão, papel higiênico e itens de limpeza, para não precisar sair de casa”, conta. Ela mora com o marido, a sogra e as duas filhas.

Em um supermercado na Epia Sul, funcionários usavam um equipamento para medir a temperatura dos clientes. A ideia era evitar que pessoas febris entrassem no estabelecimento. A febre é um dos sintomas identificados em pacientes com coronavírus.

Apesar da procura, quem fez compras ontem não notou falta de estoque em todos os mercados. O professor Thiago Oliveira, 35, esteve em um supermercado do Núcleo Bandeirante e não notou prateleiras vazias. “Os funcionários estavam repondo”, relata. Como mora sozinho, Thiago quis garantir o estoque do mês. “Sei que nem todo mundo está assim, mas comprei boa parte das coisas, porque não quero ficar refém de pedir comida”, justifica. “Você não sabe como o prato foi feito, armazenado e transportado. Há muita lacuna nesse processo das entregas; então, até que haja segurança, acho melhor evitar”, revela.