Para espantar o coronavírus
Vilipendiaram tanto a ciência e a imprensa, no entanto, são as duas instituições que estão nos salvando ou ao menos atenuando os efeitos do coronavírus. A ciência ao fornecer parâmetros fundados nos estudos e nas pesquisas; e a imprensa, ao divulgar as recomendações corretas de cuidados básicos contra a pandemia e ao promover debates.
Ainda bem que a questão vem sendo tratada com seriedade pelo ministro da Saúde, Henrique Mandetta, em contraponto à ala da palhaçaria. Mandetta está alinhado com as recomendações da Organização Mundial da Saúde e dos cientistas. O governo local também mostra sensatez e serenidade neste momento tão grave. Tomou as medidas necessárias na mesma linha do Ministério da Saúde.
Enquanto isso, os manifestantes manipulados pelos grupos de WhatsApp desrespeitaram as recomendações do Ministério da Saúde e da Organização Mundial da Saúde e fizeram um ato para pedir intervenção militar no Congresso Nacional e no STF. Eles querem transformar o Brasil em uma Venezuela de direita.
Os grupos de WhatsApp não substituem o jornalismo. Eles são propagadores de versões fantasiosas. Ora, o fato é que até agora morreram mais de 6 mil pessoas, foram contaminadas mais de 160 mil e atingidos 141 países ou territórios. Só no domingo a Itália registrou 368 mortos. No Brasil, de sábado para segunda-feira, os casos confirmados subiram de 121 para 234.
Inúmeros países paralisaram as atividades e perderam bilhões. Pois bem, ante de toda essa tormenta global, de consequências imprevisíveis, propagaram que o vírus é uma invenção de esquerda: “Comunarívus”. Mas a pandemia global veio para acabar com as fake news disparadas pelo zap.
Diante dela não cabem gracinhas, mentiras, terraplanismos e outras tolices. Até Trump, o palhaço global sinistro, teve de baixar o tom das sandices e calçar as sandálias da humildade. A imprensa está cumprindo um papel de importância crucial neste momento. Como disse Umberto Eco, a internet empoderou os ignaros.
A minha neta Aurora, de 6 anos, ficou muito impactada com a notícia da suspensão das aulas. No entanto, a mãe é professora, conversou com ela e explicou que era preciso serenidade e cuidados. Então, ela resolveu tomar uma atitude.
Chamou o irmão, Judá, de 2 anos, pegou vassouras e fizeram uma limpeza de vírus na casa. E, para completar, improvisaram uma dança para espantar o coronavírus. Como se vê, as crianças têm mais consciência do que certas autoridades.