Na coletiva à imprensa na tarde de ontem, o Ministério da Saúde divulgou que o Distrito Federal tinha registrado cinco casos de transmissão comunitária (leia Transmissões) do novo coronavírus. Entretanto, a informação estava incorreta, e o Secretário de Saúde do DF, Osnei Okumoto, precisou ir ao prédio da pasta federal para corrigir a informação. “Não temos transmissão comunitário no DF”, garantiu. Em seguida, o Ministério da Saúde reconheceu o erro.
Levantamento da Secretaria de Saúde mostra que a capital tem 19 casos confirmados da doença, mas todos importados, de moradores que viajaram para fora do país. A pasta também aguarda contraprova de outras notificações não contabilizadas oficialmente, mas garante saber a origem da infecção. Além desses registros, levantamento mais recente do órgão mostra que há 107 em investigação.
Dos pacientes diagnosticados, uma está em estado grave. Trata-se de uma mulher de 52 anos moradora do Lago Sul, o primeiro caso registrado no Distrito Federal. Ela recebeu o diagnóstico em 5 de março, no Hospital Daher. No dia seguinte, ela foi transferida para o Hospital Regional da Asa Norte (Hran). A paciente segue internada na unidade de terapia intensiva (UTI), sedada e com síndrome respiratória aguda severa. O marido dela, um advogado de 45 anos, também diagnosticado com a Covid-19, está em isolamento domiciliar.
Isolamento
Pessoas que tiveram contato com infectados pelo coronavírus ou viajaram para países com maior incidência da doença e apresentem sintomas precisam cumprir isolamento domiciliar. Quem está nessa situação precisa de adaptar a uma nova rotina. Uma professora aposentada de 56 anos, que preferiu não se identificar, contou ao Correio que chegou de uma viagem a Madri na sexta-feira. A moradora do Plano Piloto revelou que um parente que estava no grupo dela tem sintomas da Covid-19. “Fiquei três semanas fora. Estava em Madri quando começaram a fechar museus e palácios. Teve um aumento de casos quando estive lá e precisei antecipar a minha volta em três dias”, contou.
A professora acrescentou que o companheiro dela, um servidor público de 53 anos, comunicou o trabalho sobre o ocorrido e passou a trabalhar de casa. “Dispensamos a empregada temporariamente e pedimos para que fizessem compras para a residência. Estamos usando máscaras e lavando bastante a mão”, acrescentou. De acordo com a educadora, para passar pelo isolamento, é necessário criar uma rotina dentro de casa. “É uma oportunidade para ler ou até produzir alguma coisa. Fica mais fácil se pensarmos dessa forma”, desabafou.