O assassinato do estudante e barbeiro Matheus Barbosa, 18 anos, em um bloco de pré-carnaval, no coração da capital federal, ganhou um novo capítulo. Os quatro suspeitos de cometerem o crime, ocorrido em 8 de fevereiro, foram identificados. Um deles, de 18 anos, está preso preventivamente pelo latrocínio (roubo seguido de morte). Um segundo jovem, identificado como Maikon Soares Catuaba, 18, é considerado foragido. Os demais envolvidos no caso são dois adolescentes de 17 anos. Não há informações se eles estão ou não apreendidos.
Agentes da 5ª Delegacia de Polícia (Área Central) chegaram até o grupo após uma análise de imagens do bloco Quem chupou vai chupar mais, no Museu da República. As filmagens postadas em redes sociais pelos próprios participantes da festa possibilitaram que os investigadores encontrassem uma vítima de roubo do quarteto, instantes antes do ataque a Matheus. A pessoa presenciou o latrocínio e tornou-se testemunha-chave para a elucidação do caso, como explica o delegado-chefe Gleyson Mascarenhas.
“A vítima nos relatou que os acusados já chegaram armados com facas nas mãos e a abordaram. Eles não falaram nada para essa pessoa, apenas tomaram o celular dela. Depois, seguiram até Matheus. Pelas costas do estudante, o suspeito preso puxou a mochila dele. O garoto se assustou com a situação e segurou o pertence. Nessa hora, um dos adolescentes o esfaqueou diversas vezes”, explicou o responsável pela investigação.
Mesmo ferido e ao chão, o grupo não parou as agressões contra Matheus. “O preso deu uma martelada na cabeça da vítima. Em seguida, todos se juntaram e passaram a chutar o jovem. Depois do crime, eles sumiram em meio à multidão, sem que ninguém visse para onde. Não é possível constatar se eles foram embora ou continuaram o arrastão. Mas uma coisa ficou clara, o objetivo deles na festa era roubar o maior número de pessoas possível”, acrescentou Gleyson.
A vítima de roubo auxiliou no socorro de Matheus, que chegou a ser encaminhado ao Hospital de Base. No entanto, não resistiu aos ferimentos e faleceu pouco tempo após o ataque brutal. Naquela noite, a unidade hospitalar recebeu outro jovem esfaqueado em uma tentativa de homicídio (Leia Confusão).
Denúncia
A Polícia Civil pede que qualquer pessoa que tiver informações sobre o paradeiro de Maikon Catuaba denuncie anonimamente pelo 197. Como os demais envolvidos são adolescentes, a Delegacia da Criança e do Adolescente 1 (DCA — Asa Norte) ficará responsável por essa parte da investigação.
Confusão
O bloco Quem chupou vai chupar mais foi marcado por confusões e violência. Além do latrocínio de Matheus, houve uma tentativa de homicídio, e pelo menos outras 12 pessoas ficaram feridas em meio a arrastões e confusões generalizadas. Vídeos que circularam nas redes sociais mostraram alguns dos momentos de violência e, inclusive, um dos organizadores do evento pedindo o apoio da Polícia Militar para conter a situação. Por conta dos problemas, o evento terminou uma hora antes do previsto — por volta das 21h. Durante as abordagens dos militares, um dos envolvidos na tentativa de assassinato de um jovem de 20 anos foi preso.