Cidades

Idosa com suspeita de coronavírus é liberada após internação no Hran

Ela foi para casa após melhora no quadro de saúde. De acordo com a filha da mulher, ela recebeu alta sem terminar bateria de exames

Uma mulher de 74 anos, que estava internada na área de isolamento do Hospital Regional da Asa Norte (Hran) desde segunda-feira (9/03), com suspeita de ter contraído o coronavírus, foi encaminhada para o isolamento domiciliar nesta quinta-feira (12/03). O procedimento é justificado por uma melhora no quadro clínico, onde os profissionais de saúde avaliam que a paciente pode permanecer em reclusão domiciliar. Apesar disso, a filha dela afirma que nem todos os exames foram feitos, e que não há acesso ao Centro de Informações Estratégicas e Resposta de Vigilância em Saúde (CIEVS) que deveria informar o resultado do teste. 


Mãe e filha procuraram o Hran no domingo para avisar que vinham de um local com bastante incidência da doença (norte da Itália), mas foram avisadas de que o hospital só atende pessoas que já tenham os sintomas da doença. Na manhã seguinte, a senhora apresentou tosse, secreção nasal e febre de mais de 38 graus. 
 
A filha, uma funcionária pública, informou ao Correio que os médicos identificaram uma infiltração no pulmão por meio de um raio-x, e agendaram um exame de tomografia para esta quinta, no Hospital de Base, já que o aparelho do Hran apresentou defeitos. Antes do horário previsto, a mulher teria recebido alta. 
 
“Ela apresentou uma melhora no quadro clínico e nos liberaram. O médico me orientou a ligar para o CIEVS para saber o resultado dos exames, mas ninguém atende. Estamos com medo. Não sabemos se temos coronavírus, ou não”, afirmou a mulher, que preferiu não se identificar. 

A Secretaria de Saúde informou que o “tomógrafo da unidade permanece em pleno funcionamento” e não deu mais esclarecimentos sobre o caso. 
 
Mãe e filha informaram ao Correio que, após serem isoladas, passaram até 14h sem alimentação na segunda-feira. “Nós quebrávamos o isolamento e os funcionários do hospital nos repreendiam, mas o que íamos fazer sem comida e água? Isso tudo foi na segunda. Nos outros dias, a situação melhorou, mas entendo que os funcionários também tinham medo, porque o isolamento é falho”, relatou. 
 
A servidora pública revelou ainda que, durante esse tempo, entrou e saiu do hospital para levar pertences pessoais à mãe, com autorização de um médico para ser acompanhante da idosa, e que no andar do isolamento pacientes desistiam do atendimento e iam embora para suas casas devido a demora.