Esta matéria foi publicada originalmente na edição de 4 de março de 1996 do Correio. Sua republicação faz parte do projeto Brasília Sexagenária, que até 21 de abril de 2020 trará, diariamente, reportagens e fotos marcantes da história da capital. Acompanhe a série no site especial e no nosso Instagram.
Quando Sabrina M. Pacheco descobriu pela tevê que Dinho, o vocalista da banda, completaria 25 anos amanhã, começou a chorar: os dois nasceram no mesmo dia. O aniversário deste ano vai ser o mais triste da vida de Sabrina.
A garota e sua turma foram capa da última edição do X-tudo, dedicada aos Mamonas Assassinas. “Eu fiquei super feliz e recebi muitos telefonemas dos meus amigos”, afirma Sabrina.
Sabrina ficou sabendo da notícia da tragédia pela mãe às 7h20 da manhã. Com o X-tudo debaixo do braço, ela procurou as amigas para se consolar. Passou a manhã de domingo em frente à tevê acompanhando as notícias. Não quis almoçar.
As amigas Carolina Mota, 13, e Carolina Oliveira, 13, que também participaram da última edição do caderno, não pararam de chorar ontem.
Carolina Oliveira perdeu sua última chance de ver os ídolos. “Ontem (sábado) teve uma festa e eu pensei: o show do Mamonas vai ter outro dia. Só que não vai ter mais”, lamentava, chorando.
Fã-Clube - Para dar apoio à memória do grupo, Carolina Mota escreveu para Marcela Chaniso, 14, responsável pelo fã-clube de São Paulo, pedindo para que ela continuasse divulgando a banda.
Marcela ainda não sabe qual será o futuro do fã-clube, que foi fundado em fevereiro. Em menos de um mês, ela recebeu quase mil inscrições de todo país.
Quando soube da tragédia pelo pai, Marcela ficou desesperada. Depois de receber telefonemas de alguns fãs, resolveu se acalmar. “Os Mamonas eram tão alegres… acho que não iriam gostar de ver todo mundo chorando”, conclui.
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