De acordo com o deputado, a Comissão de Defesa dos Direitos Humanos recebeu a informação de que a mulher de 52 anos não teria recebido o tratamento correto ao ser transferida do hospital da rede particular, onde deu entrada com os sintomas da doença na última quarta-feira (4/3), para o hospital da rede pública. “Ela não tinha nenhum isolamento respiratório nessa ambulância, não havia sido sequer intubada, colocaram só um respirador. Quando ela chegou ao Hran (Hospital Regional da Asa Norte), ela ficou no corredor transmitindo coronavírus sem nenhum isolamento respiratório”, reproduziu.
A sequência de erros foi continuada no hospital da rede pública. Um documento registrado na Casa pela Comissão informa que os pacientes que antes estavam em estado grave na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do hospital precisaram ser transferidos para outros locais, para dar espaço ao isolamento da paciente que também está com um quadro de saúde complicado.
“Por falta de planejamento, a Secretaria de Saúde precisou bloquear 10 leitos e transferir pelo menos sete pacientes que se encontravam na UTI”, denuncia. “(Eles) temem que tal procedimento poderá agravar o quadro de saúde deles. Ponderam que trata-se de uma falta de preparo, pois há grande demanda por leitos de UTI, inclusive com brigas na Justiça, e foram “perdidos” 10 deles por não haver isolamento para acolhimento de pacientes com Covid-19”, completa.
Monitoramento dos contatos
Ainda segundo Fábio Félix, a denúncia se estende ao monitoramento ineficaz de apenas dois contatos com a paciente diagnosticada. Além do marido da mulher, outras 35 pessoas teriam tido contato com ela, e apenas nove teriam feito os testes para descartar a doença. Uma delas, teria inclusive, ido a ao show da banda Maroon 5, que ocorreu na última terça-feira (3/3), no Estádio Mané Garrincha.
Nesta quarta-feira, os deputados devem visitar o Hran para apurar as denúncias, e solicitaram a presença do secretário de Saúde Osnei Okumoto na Câmara Legislativa para esclarecimentos.