Cidades

GDF terá ponto eletrônico

Medida alcançará os 160 mil servidores públicos do Executivo local e começará a ser implementada neste ano. Governo estuda se será instalado um sistema próprio ou integrado ao dos funcionários federais



Os 160 mil servidores públicos do Governo do Distrito Federal (GDF) terão de bater ponto na entrada e na saída do trabalho em breve. A implementação do ponto eletrônico, que é comum na iniciativa privada, mas não faz parte da realidade da maior parte do funcionalismo público, deve ser adotado neste ano. E, segundo o governo, tem como objetivo dar mais transparência ao trabalho do funcionalismo e melhorar o atendimento à população. “Estamos com uma série de medidas para a política de pessoal. A valorização dos servidores e o ponto eletrônico fazem parte dessa agenda”, afirmou o secretário de Economia, André Clemente.

Segundo ele, a marcação de horário dos servidores está em estudo desde o início do governo. “Até o fim deste ano, vamos implementar o sistema e definir o cronograma pelo governo, porque instalar nas mais de 100 unidades orçamentárias envolve uma logística muito grande. Os sistemas precisam estar preparados para absorver os registros de ponto e gerar relatórios confiáveis”, explicou André. De acordo com o secretário, o planejamento pode se estender até o próximo ano, para contemplar todos o funcionalismo do Executivo local.

O GDF, porém, não definiu que sistema será usado para acabar com o registro manual do horário de trabalho. Duas opções estão em estudo pela Secretaria de Economia: um próprio ou a integração com o governo federal. No primeiro caso, o Palácio do Buriti teria de fazer uma licitação. No segundo, seria preciso firmar uma parceria com o Executivo federal. A parceria custaria menos aos cofres distritais e, segundo a Secretaria de Gestão do Ministério da Economia, que hoje cuida da implementação do ponto eletrônico nos órgãos do governo federal, seria inédita.

O Sistema de Registro Eletrônico de Frequência (Sisref) da Administração Pública Federal foi lançado em 2018. Hoje, funciona em 44 órgãos federais — é usado por 149 mil dos mais de 460 mil servidores públicos federais. “Queremos algo que efetivamente funcione e dê transparência para o cidadão e para o contribuinte saber que os recursos gastos com a folha de pagamento do servidor são bem empenhados”, disse André Clemente.

Legislação

Para o presidente do Sindicato dos Servidores Públicos Civis da Administração Direta, Autarquias, Fundações e Tribunal de Contas do Distrito Federal (Sindireta/DF), Ibrahim Yusef Mahmud Ali, reforça a necessidade de transparência na implementação do ponto eletrônico. “É justo que respeite o banco de horas, que seja democrático, porque, muitas vezes, é injusto, o trabalhador não tem controle sobre as horas que trabalha. Outro ponto importante é verificar se a iniciativa obedece a legislação trabalhista. O importante é saber como vai funcionar essa nova iniciativa do governo”, ressaltou.

O presidente do Sindicato dos Servidores e Empregados da Administração Direta, Fundacional, das Autarquias, Empresas Públicas e Sociedades de Economia Mista do DF (Sindser), André Luiz Conceição, acredita que o ponto eletrônico será relevante para os cargos comissionados. “Qualquer atitude de gestão que queira melhorar a qualidade do serviço público é bem-vinda. O servidor, ao contrário do cargo comissionado, fez um concurso e cumpre sua jornada de trabalho. O problema do GDF não é o ponto dos servidores. O ponto vai ser proveitoso para cobrar dos cargos comissionados o cumprimento de jornada e horário. Existe uma parte dos cargos comissionados que não cumpre esse compromisso”, alertou.

* Colaborou Celimar de Meneses (estagiário sob supervisão de Guilherme Goulart)