Mais uma mulher vítima de feminicídio, a auxiliar de cozinha Camila de Oliveira, 33 anos, é velada na tarde desta quarta-feira (4/3), na capela 1 do Cemitério Campo da Esperança, em Taguatinga.
Cerca de 50 pessoas se reuniram para prestar as últimas homenagens à Camila. No interior da capela, as pessoas, incrédulas, formaram uma roda em torno do corpo da vítima e cantaram músicas religiosas. “Manhãs bem claras, sem nuvens escuras. O Sol radiante está sempre a brilhar. Animaizinhos sem susto ou temores entre crianças a correr e a brincar”, dizia a letra do cântigo.
Segundo Daniel Araújo, 38 anos, irmão mais velho da vítima, Camila “era uma pessoa boa e querida por todos”. De acordo com Daniel, a cozinha sempre foi uma paixão da irmã. “Ela trabalhava em um restaurante, em Samambaia. Sempre atuou no ramo da alimentação. Chegou a ter o próprio negócio, um trailer, onde vendia salgados, também em Samambaia. Ela gostava muito dessa área. Fazia isso muito bem. Todo mundo elogiava”, disse Daniel.
O velório e Camila começou às 15h. Desde então, parentes e conhecidos da auxiliar de cozinha chegavam à capela para prestar homenagens, todos consternados com o que ocorreu com a mulher de 33 anos.
Camila deixa três filhos: uma menina de 17 anos e dois meninos de 12. Eles devem seguir morando com os avós, em Samambaia, onde já residiam juntamente com a mãe, segundo os familiares.
O caso
O corpo de Camila Oliveira foi encontrado em um matagal, no acostamento da BR-060, próximo à entrada da Fazendinha, no Recanto das Emas, na manhã de terça-feira (3/3). Camila tinha um ferimento na cabeça.
Horas depois do crime, a Polícia Civil localizou o suspeito pelo assassinato. Segundo o delegado-chefe da 27ª Delegacia de Polícia (Recanto das Emas), Pablo Aguiar, o crime foi classificado como feminicídio.
O suspeito de matar Camila era namorado da vítima e estava em prisão domiciliar, além de ter passagens por roubo e furto. "Ele não confessava (o crime), mas juntamos os elementos", afirmou Aguiar.
Em depoimento, testemunhas disseram que Camila estava acompanhada, em Samambaia, antes de ser morta. Além disso, a vítima já teria sido ameaçada pelo namorado. “A vítima, por volta das 3h, estava acompanhada de um casal. Ela disse para esses amigos que ia encontrar o namorado, também em Samambaia. Essa amiga disse que a própria vítima comentou, em outra ocasião, que o namorado a ameaçara de morte, dizendo que ia matá-la com pedradas na cabeça", relatou o delegado.
Sangue
O suspeito do crime foi encontrado com uma jaqueta suja de sangue. A veste foi encaminhada para o Instituto de Pesquisa de DNA Forense (Ipndna) para perícia. "Em razão desses elementos, o autuamos por feminicídio", concluiu Aguiar.