Agentes da Coordenação de Repressão aos Crimes Patrimoniais (Corpatri) da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) desarticularam, na manhã desta sexta-feira (21/2), a principal organização criminosa voltada para o roubo de cargas com atuação no DF. O grupo teria lucrado mais de R$ 100 mil apenas com um crime, quando assaltaram uma carga de óleo de soja na semana passada, em Santa Maria. Os lucros totais dos delitos cometidos pela quadrilha ainda são apurados.
Ao todo, 15 mandados de prisão preventiva foram expedidos pela Justiça contra a quadrilha. Na operação, batizada de Celari, 12 homens e uma mulher foram presos em Samambaia, Ceilândia, Águas Lindas, na região do Pedregal, no Novo Gama e em Valparaíso de Goiás. Dentre os detidos, há um dono de distribuidora em Valparaíso, acusado de atuar como receptador e revendedor das cargas.
Dos procurados, dois ainda estão foragidos. Dois depósitos, utilizados para armazenar as cargas roubadas, também foram identificados, na ação: um no Sol Nascente e outro em Valparaíso, onde foi localizada a carga de óleo de soja roubada em Santa Maria.
Três carros e um caminhão foram apreendidos pelos policiais, além de duas armas de fogo, munições de fuzil (calibre 762), balanças de precisão e porções de cocaína.
Roubos
Segundo o delegado responsável pelas investigações, André Luís Leite, a quadrilha atuava há, pelo menos, um ano. Ainda segundo o investigador, motoristas eram rendidos na estrada por cerca de cinco criminosos armados e, em seguida, eram amarrados e levados até um local ermo. A ação ocorria, normalmente, durante a madrugada. “Era um grupo extremamente violento”, afirmou o delegado.
Integrantes da quadrilha eram responsáveis por vigiar os reféns, enquanto outros retiravam a carga do caminhão abordado e transferiam para o veículo utilizado no assalto. Segundo André Luís Leite, os caminhões interceptados eram encontrados, posteriormente, via monitoramento das empresas que realizavam o transporte dos produtos.
Os carregamentos eram encaminhados pelos criminosos aos depósitos da quadrilha e revendidos a comerciantes do entorno do DF, nos municípios goianos de Valparaíso, Alexânia, Padre Bernardo e também na cidade de Contagem (MG).
De acordo com André Luís Leite, a maioria dos comerciante não sabiam que a carga era roubada, já que os produtos eram vendidos com a nota fiscal. “O que chamava a atenção era a presença de notas fiscais verdadeiras, já que as cargas eram subtraídas com elas. Então, isso dificultava a comprovação de que a carga era produto de crime. O membro da organização criminosa apresentava a nota fiscal é isso iludia a vigilância das vítimas”, pontuou o delegado.
Ainda segundo o investigador, a quadrilha não possuía preferência por tipos de carga. Aço, botijões de gás, cerveja e óleo de soja são alguns dos produtos roubados nos assaltos.
Investigações
A Polícia Civil do DF começou a investigar a quadrilha em agosto de 2019. No entanto, de acordo com os investigadores, os criminosos atuavam há pelo menos 1 ano. “Identificamos a atuação de um grupo estruturado e organizado que, de maneira contínua, praticava diversos roubos a cargas. A partir de então, intensificamos as investigações”, disse André Luís Leite.
Segundo o delegado nove assaltos foram cometidos pelo grupo. Destes, quatro no DF, outros cinco, no entorno, em Alexânia (GO), Padre Bernardo (GO), além de Contagem (MG).