A menos de uma semana da maior festa popular brasileira, o secretário de Cultura e Economia Criativa, Bartolomeu Rodrigues, detalhou ontem a folia brasiliense no CB.Poder, parceria do Correio Braziliense com a TV Brasília. “Investimos num carnaval mais econômico e com a cara de Brasília”, afirmou. Ele também comentou a reabertura de espaços culturais e explicou que, apesar de ter obtido R$ 33,4 milhões para a reforma da Sala Martins Pena, no Teatro Nacional, segue sem previsão para o início dos trabalhos. O Museu de Arte de Brasília (MAB) está em obras, com expectativa de inauguração para setembro. Confira abaixo os principais trechos da entrevista:
Neste ano, o Galinho (de Brasília) sai?
Sai. Depois de intensas negociações, chegamos a um denominador comum. Eles queriam desfilar na 203 (Sul), mas, infelizmente, os laudos de segurança não recomendavam. Nós estamos concentrando o desfile dos blocos ali no Polo da Funarte, que foi escolhido depois de uma série de discussões envolvendo segurança. Mas será que é o local ideal? Eu não sei. Vamos ver. Brasília, felizmente, é uma cidade sessentona, mas nova; então, nós ainda nos damos a experimentos. Estamos testando o carnaval para chegar ao modelo ideal.
Houve o anúncio de um carnaval na Esplanada que contaria com atrações nacionais, como Nação Zumbi, Glória Groove e Psirico, mas, depois, o GDF voltou atrás e decidiu fazer na Funarte, focado em atrações locais. O que aconteceu?
Nós concluímos que não era o modelo adequado para aquele momento, e optamos pela economicidade. Não reduzimos o carnaval de Brasília, pelo contrário. Não estamos preocupados porque, em vez de Glória Groove, temos Dhi Ribeiro. Investimos num carnaval mais econômico e com a cara de Brasília, bem brasiliense, bem candango.
O senhor disse que estamos gastando muito menos, só que ainda estamos gastando. Precisamos repensar isso de o governo pagar por essa festa popular?
Algumas coisas eu acho que devemos repensar, mas a gente tem de encarar o seguinte: o governo não está gastando. Está investindo, porque isso volta. Uma barraca legalmente instalada ali não tem uma pessoa só trabalhando. Se temos mil barracas, temos pelo menos mil pessoas trabalhando. Se a gente colocar isso em números, vai ver que o que movimenta a economia de Brasília durante o carnaval é muito importante e vale muito a pena. O fomento que se dá ao carnaval é dentro de uma linha de que ele faz parte da nossa cultura e, pela própria lei orgânica da cultura, o GDF deve incentivar e promover essas manifestações.
O MAB continua fechado?
Continua em obras. A previsão de conclusão é para meados do ano, entre junho e julho, e a previsão de inauguração é em setembro. Aquele espaço estava abandonado, e nós temos de reestruturar totalmente. Estamos pensando no MAB como o museu de excelência da arte de Brasília. Esse é um centro com grande acervo de obras de arte do DF.
E o Teatro Nacional, como está o processo?
Assinamos, por meio do Fundo de Direitos Difusos do Ministério da Justiça, um convênio de R$ 33 milhões, que daria para cobrir as despesas com a Sala Martins Pena. Ocorre que entre o dinheiro ser colocado à disposição e o processo começar, existe burocracia. O projeto básico, feito em 2004 ou 2005, previa algo diferente do que estamos planejando. A reforma como redimensionamos não se encaixa no projeto, e o custo ultrapassa a faixa dos R$ 200 milhões. Para lançarmos os editais, precisamos readequar o que queremos. Estamos com o projeto pé no chão. Entregar o teatro foi uma determinação do governador, promessa de campanha dele. A expectativa de termos o teatro funcionando nesse semestre, ou no próximo, sou franco, pode demorar mais um pouco. Nós queremos vencer os entraves, e confiamos muito nas pessoas que estão envolvidas nisso. É chato dizer isso. Temos a condição de começar a obra, e estamos olhando para o recurso e dizendo: “Poxa vida, por que não começa ainda?” Não começa justamente por conta desses entraves. Não tenho a menor ideia de quando isso pode sair. Qualquer coisa que eu falar é chute e causa essa expectativa.