A Agência Reguladora de Águas, Energia e Saneamento Básico do Distrito Federal (Adasa) publicou, nesta terça-feira (18/02), o Mapa Interativo do Cadastro de Outorgas e Registros de Uso de Recursos Hídricos no Distrito Federal. As regiões que apresentaram maior número de outorga e registros do uso de água foram Brazlândia e Planaltina.
De acordo com a agência, o programa notificou cerca de 8 mil interferências nos corpos hídricos do DF, entre captação de água subterrânea e superficial, construção de barragens, lançamentos de efluentes e de águas pluviais e os pontos de captação de água para caminhões pipa.
A plataforma lançada pela Adasa torna possível a visualização da localização do ponto outorgado, a identificação do titular, a finalidade de uso da água e a vazão máxima de captação, além das informações relativas aos direito de uso da água concedido pelo órgão. As informações disponíveis no mapa podem ser filtradas por região administrativa, unidade e bacia hidrográfica.
De acordo com o diretor-presidente da Adasa, Paulo Salles, o órgão regulador desenvolveu essa ferramenta para "garantir a transparência dos dados do uso da água, pois os recursos hídricos são de domínio público e é de extrema importância manter a população informada sobre o direcionamento dele".
Paulo Salles salienta a necessidade do registro do uso das águas, até daqueles considerados insignificantes, que não precisam de autorga, como os poços artesianos. “Nós temos uma visão de que as pessoas precisam da informação e os dados devem ser passados de maneira correta, pois apesar de toda fiscalização é impossível saber de todos os locais sem que estes nos informem”, explica.
Controle hídrico
A novidade não foi surpresa para o engenheiro técnico Cláudio Malinsk, presidente do comitê da Bacia hidrográfica dos afluentes do Rio Preto da Cooperativa Agropecuária da região do Distrito Federal (Coopa-DF). Desde a crise hídrica, os integrantes do Coopa-DF monitoram as bombas de água dos produtores associados. “Na época, fizemos um acordo com a Adasa para que toda a população pudesse usar a água. Decidimos contratar uma empresa para controlar os gastos hídricos dos produtores. Naquele ano, 60% das bombas ficaram desligadas”, relembra.
A prática se mantém até hoje. “A partir dos dados, a equipe faz reuniões com os produtores para executar uma cronograma de uso das águas. Nós entendemos que é possível irrigar mais com menos”, opina.
O professor Demetrios Christofidis, do departamento de Engenharia Civil da UnB, explica que a iniciativa é uma maneira de garantir um controle hídrico maior. “A própria população pode fiscalizar algo que seja inadequado e acompanhar como é feita a distribuição da água”, afirma.
*Estagiária sob supervisão de Adson Boaventura