Cidades

Brasilienses desaprovam estrutura do transporte público de acordo com MPDFT

As reclamações vão desde o tempo de espera, a situação mecânica dos ônibus e a superlotação

O Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) junto ao Instituto de Fiscalização e Controle (IFC) divulgou nesta segunda-feira (17/2) duas análises sobre o transporte coletivo rodoviário da capital federal. Ao todo foram colhidas 416 respostas no relatório trimestral, totalizando 2.420 avaliações de usuários desde o início do projeto  “Como anda meu ônibus”. As respostas considerou participantes de 39 regiões administrativas do DF e colheu críticas, relatos, sugestões e elogios com relação a estrutura e qualidade de serviço e do Sistema de Bilhetagem e segurança. 

Como no primeiro relatório, a lotação dos ônibus está no topo das reclamações. A percepção sobre o preço da passagem piorou no período. A coordenadora-executiva do IFC, Rebecca Teixeira, explicou que a maioria das respostas abertas questiona a relação desproporcional entre o preço alto e a qualidade ruim do serviço. Sobre a estrutura das paradas, a reclamação girou em torno da proteção contra o sol e a chuva. A apresentação destacou que no orçamento de 2019 estava previsto apenas R$ 33 mil para a manutenção das estruturas, mas esse valor não chegou a ser executado.

Mais da metade dos usuários, cerca de 52%, disseram ter vivenciado situações de falha mecânica nos ônibus nos últimos 60 dias. Brazlândia continua sendo a região com a maior proporção de usuários que declararam ter vivido o problema, seguida de Ceilândia e Recanto das Emas. 

O Sistema de Bilhetagem foi avaliado como “regular” e “bom”, mas 59% dos respondentes tiveram problemas com o cartão ao menos uma vez. Esse índice apresentou melhor percepção na segunda fase da pesquisa, resultado de mudanças na gestão do sistema.

Quanto ao tempo de viagem, as avaliações com maior percentual de respostas foram “regular” e“ péssimo”. Para a chegada no local de destino no horário previsto, as avaliações que predominaram foram “ruim” e “péssimo”. Os respondentes, em sua maioria, declararam levar de 30 minutos a duas horas para chegar no destino previsto.

Investimentos

Em 2019, foram gastos R$ 615 milhões com a política pública de transporte rodoviário do DF. O levantamento foi feito pela Procuradoria Distrital dos Direitos do Cidadão (PDDC) do MPDFT. Desse valor, 93% foram pagos às cinco concessionárias que atuam no Distrito Federal: Viação Piracicabana, Viação Pioneira, Urbi Mobilidade Urbana, Auto Viação Marechal e Expresso São José. Nos últimos seis anos, o governo pagou às empresas mais de R$3,1 bilhões em subsídios.

A quantia foi destinada a oito programas de trabalho: complementação da tarifa paga pelos usuários (R$ 175 milhões); manutenção da Rodoviária do Plano Piloto (R$ 8 milhões); reforma de abrigo para passageiro (R$ 33 mil); manutenção dos terminais rodoviários (R$ 32 milhões); custeio do sistema de bilhetagem (R$ 18 milhões); passe livre estudantil (R$ 313 milhões); e passe livre para pessoa com deficiência (R$ 105 milhões).Para o MPDFT, o valor para a manutenção das paradas de ônibus é irrisório e não corresponde com a estrutura precária observada em várias regiões do DF.

Com informações Ministério Público do Distrito Federal e Territórios