Cidades

Família levava vida discreta

O pai de Júlia Felix de Moraes, um jovem de 25 anos, morava em um apartamento de Vicente Pires havia um ano. Laryssa e a criança se mudaram para a quitinete em dezembro. Segundo vizinhos, a família tinha um perfil tranquilo. Na manhã de ontem, enquanto a polícia periciava o apartamento, moradores e comerciantes das proximidades se perguntavam o que teria acontecido.

Na região, pouco se sabe sobre o casal. “Só via eles entrarem e saírem. Como trabalho aqui, vejo quem sai, quem passa e quem entra. Mas nós não tínhamos contato. A menininha jogava brinquedos aqui embaixo. A mãe vinha, pegava e subia. Mas ninguém a conhecia. Só de vista. Eles eram na deles”, disse uma comerciante que preferiu não se identificar.

Proprietária do prédio onde os três moravam, Maria Gilmara Sousa, 44, conta que viu a mãe da menina duas vezes e que o casal não causava transtornos. Não houve relatos de gritos ou broncas dos pais com a neném. “Os vizinhos falavam que não tinha confusão nenhuma. Conversei com minhas inquilinas, e elas nunca viram problema com eles. Não tinha uma reclamação”, pontuou.

Gravidez

Tio paterno de Júlia, Igor Félix, 23, convivia com os pais da menina diariamente. Ele contou que, a poucas horas do crime, nada parecia estar fora do normal. “Vinha almoçar todo dia aqui (na quitinete). Eu ia morar com ele futuramente. Ontem (quarta-feira), vim na hora do almoço. Estava tudo tranquilo. Todo mundo rindo e conversando”, relatou. Segundo ele, a mãe deixaria o imóvel em breve. “Ele (o pai) só a recebeu aqui para ajudá-la. Ela saiu da casa da avó (em Padre Bernardo), veio para Brasília e pediu para ficar por um tempo. Até passamos o ano-novo juntos no apartamento. Os quatro. Ela veio morar até se estabilizar e iria embora nos próximos dias.”

Os pais da criança se conheceram em Padre Bernardo, antes de a jovem engravidar. “Eles namoraram uma época e, depois, se separaram. Mas como muitos casais, tiveram algumas recaídas. Ficaram uma ou duas vezes, e ela engravidou. Ela cuidava da criança. Ele pagava pensão e dava a assistência necessária”, contou Igor. “Estamos muito revoltados”, acrescentou.