Assassinado com perfurações no tórax e na cabeça, provocados por um objeto não identificado, Matheus Barbosa Magalhães, 18 anos, foi enterrado na tarde de ontem, na Capela 9 do Cemitério Campo da Esperança. O crime aconteceu durante o bloco Quem Chupou Vai Chupar Mais, no sábado. Segundo relatos de testemunhas, Matheus e outras vítimas teriam sido atacadas durante um arrastão. Ele e outros participantes foram levados para o Hospital de Base, mas o jovem não resistiu.
Após o sepultamento do sobrinho, Antonio Carlos Magalhães Costa, 55, militar da reserva da Marinha, lamentou que o evento tenha acabado com tantos crimes. “Ainda estamos tentando recomeçar a vida. Estou muito decepcionado com a realização de um evento na Esplanada dos Ministérios, no coração de Brasília, com tantos acidentes e até óbitos em um único dia”, lamentou. “Pessoas que estavam próximas ao Matheus disseram que não tinha ninguém (para socorrer). A segurança foi falha.”
O jovem morava com a mãe, o irmão, o tio e a avó, no Jardins Mangueiral. No dia do evento, ele havia deixado o trabalho, uma barbearia na 305 Norte, e seguido para o bloco, na Esplanada dos Ministérios. Segundo Antonio, os suspeitos do crime não levaram os pertences de Matheus. “No Hospital de Base, vi um verdadeiro cenário de guerra: jovens vítimas de garrafadas, facadas, sangrando. Depois de 15 minutos conversando com eles, vi que estavam todos no mesmo bloquinho. Falaram que um grupo de pessoas veio com facas e garrafas, batendo nas pessoas, puxando celulares e bolsas. Não pararam para anunciar assalto. Só chegaram e agrediram todo mundo”, completou Antonio.
Além de Matheus, um jovem de 20 anos foi esfaqueado no pescoço, no mesmo evento. Ele recebeu atendimento médico e continua internado. O Correio tentou contato com os organizadores do Quem Chupou Vai Chupar Mais, mas não obteve retorno até o fechamento desta edição. (JE)