Cidades

Direção do CEF 410 nega que professor tenha tomado suco de uva na escola

Odailton Charles de Albuquerque Silva, 50 anos, morreu após ter sido envenenado pela substância proibida aldicardb, presentes em raticidas como chumbinho. Polícia crê que envenenamento ocorreu no colégio

Correio Braziliense
postado em 07/02/2020 19:43
A direção nega que Odailton Charles de Albuquerque Silva, 50, tenha permanecido sozinho com a servidoraA direção do Centro de Ensino Fundamental (CEF) 410 Norte, por meio de nota oficial, negou que servidores da unidade tenham servido “qualquer coisa” ao professor Odailton Charles de Albuquerque Silva, 50 anos. O educador morreu após ter sido envenenado pela substância proibida aldicardb, presentes em raticidas como chumbinho. De acordo com a Polícia Civil, ele teria ingerido a substância dentro da escola em 30 de janeiro.  

Uma das linhas de investigação da 2ª Delegacia de Polícia (Asa Norte) é de que uma servidora do CEF 410 Norte teria oferecido um suco de uva com a substância a Charles. Após ingerir o líquido, a vítima teria entrado em contato com familiares e disse estar com medo de ter sido envenenado. Entretanto, o texto emitido pela direção da escola frisa que o educador ingeriu apenas água no dia em que visitou a unidade, e que o fez “por vontade livre”.  

“Nas dependências da escola, antes e durante a chegada e permanência do professor Charles, encontravam-se aproximadamente 14 pessoas, entre professores, servidores terceirizados e pedreiros, incluindo três policiais militares do batalhão escolar”, ressaltou o texto. Além disso, a direção destacou que o educador “não foi recebido com hostilidade na escola, antes, com o respeito que lhe era devido em razão do cargo que exercia”.  

Além disso, a direção do CEF 410 Norte disse que Charles permaneceu aproximadamente 2 horas na unidade, antes de passar mal, e em nenhum momento ficou sozinho com a funcionária, que teria oferecido o suco de uva para ele. “A referida servidora foi a responsável pelas ligações para a esposa do professor Charles assim como para os amigos”, descreveu o texto.  

Apesar da informação divulgada pela direção do CEF 410 Norte, em coletiva de imprensa na tarde de quinta-feira (7/2), o delegado responsável pelo caso, Laércio Rossetto, afirmou que a principal hipótese é que o professor foi envenenado na unidade de ensino. A análise é baseada nas provas científicas produzidas pelos Institutos de Medicina Legal (IML) e Criminalística (IC).  

A substância aldicarbe é proibida, justamente pelo alto efeito letal, podendo matar uma pessoa rapidamente. “A tese é de que teria ocorrido no ambiente escolar. Uma pessoa viu o professor ir ao banheiro. Quando ele retornou, já estava passando mal. Depois, a situação se agravou, até ele ser socorrido ao Hran”, explicou o investigador. 

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