Um líder do Primeiro Comando da Capital (PCC), Alexandro Dionato dos Santos, conhecido como Tony Country ou Goleador, 25 anos, foi preso preventivamente na segunda-feira. Ele era considerado foragido desde a Operação Continuum, realizada em março de 2019. Agentes da Coordenação Especial de Combate à Corrupção e ao Crime Organizado (Cecor) detiveram o acusado no município paulista de Assis.
Tony Country exercia no PCC a função de “Geral das Trancas”, cuja obrigação era prestar auxílio e organizar crimes no sistema penitenciário. O suspeito tinha recebido a orientação de realizar um atentado à ordem pública do Distrito Federal, como detalhou o delegado Guilherme Sousa Melo, chefe da Divisão de Repressão a Facções Criminosas (Difac), ligada à Cecor. “Ele recebeu, por meio de um bilhete, a missão de queimar ônibus e destruir prédios públicos. A sinalização veio de dentro dos presídios. No entanto, o acusado não teve a ordem de agir. Esse contato que ele tinha com integrantes de São Paulo e do DF indica que ele era, sim, um membro importante dentro da facção criminosa”, explicou.
O homem seria responsável por atender interesses de membros do PCC que estão detidos na Penitenciária Federal em Brasília, local em que o maior líder da facção, Marcos Willians Herbas Camacho, o Marcola, cumpre pena. “Chegamos até ele investigando uma célula no DF. Cada integrante exerce uma função em setores da facção. São criminosos perigosos e, por isso, mantemos um monitoramento contínuo para desarticular qualquer atuação na capital federal”, frisou Guilherme Melo.
Alexandro Santos ficou foragido por quase um ano. Agentes da Difac receberam informações sobre o paradeiro dele e realizaram a prisão com auxílio da Divisão de Repressão ao Crime Organizado (Draco), também da Cecor, e do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT).
Combate
A Operação Continuum ocorreu em 22 de março, no Distrito Federal e em São Paulo. Na ocasião, foram cumpridos sete mandados de prisão preventiva e sete de busca e apreensão, expedidos pela 5ª Vara Criminal de Brasília. Os criminosos foram indiciados pelo crime de integrar organização criminosa, cuja pena varia de 3 a 8 anos.
Durante a ação, policiais encontraram um caderno com informações importantes sobre integrantes do PCC. As anotações sobre cada membro traziam o nome completo dele, idade, telefone, dados dos padrinhos, data de “batismo” (entrada na sigla) e a função dentro da organização criminosa.
A Polícia Civil chegou a divulgar uma das fichas, de um integrante, à época com 19 anos, que morava em Santa Maria. Ele tinha entrado para a facção criminosa em 25 de junho de 2018, em Buriti (MG), e passou a ser conhecido como Humildade e Gêmios (sic).
Legislação
A lei nº 12.850 indica que o apenado não poderá progredir de regime de cumprimento de pena, conseguir condicional ou outros benefícios prisionais se houver a comprovação que ele manteve o vínculo associativo com a organização criminosa