Das 683 escolas públicas do Distrito Federal, 509 receberam algum tipo de manutenção ou reforma em 2019, de acordo com a Secretaria de Educação. No ano, R$ 43,4 milhões foram investidos para realizar esse tipo de serviço. Mas, a 10 dias do início do ano letivo na rede pública, nem todas as unidades estão prontas para receber os alunos. Cinco delas estão fechadas por falta de reparos, e os alunos foram distribuídos em outras instituições.
O Correio visitou algumas dessas escolas fechadas. Do lado de fora da Escola Classe (EC) 59, em Ceilândia, há pichações, e a vegetação começa a tomar conta. Em uma brecha no portão principal do local é possível ver que a vegetação interior também demanda cuidados. O espaço está fechado há dois anos.
Também em Ceilândia, no Centro de Ensino Médio (CEM) 10, fechado há cinco anos, a situação é semelhante. O colégio não tem placas de identificação, e o mato está alto. Em Taguatinga, na Escola Classe (52), desativada desde julho do ano passado, um aviso fixado no portão informa a população que as atividades do lugar estão sendo desenvolvidas provisoriamente na Escola Classe 45, também em Taguatinga. A secretaria informou que está em fase final de negociações para disponibilizar um novo espaço para os estudantes já a partir do primeiro dia de aulas.
O secretário de Educação, João Pedro Ferraz, garantiu que as cinco unidades desativadas serão reinauguradas. Segundo ele, o Centro de Ensino Fundamental (CEF) 1 da Vila Planalto está em fase final de reconstrução, e a previsão para a reabertura é em abril. Além disso, a EC 59, o CEM 10 de Ceilândia e o Caic Castello Branco, no Gama, estão com os editais em análise para a abertura da licitação. As obras do CEM 10, de acordo com Ferraz, devem começar entre 30 e 60 dias. “O processo de inauguração e reconstrução já está em trâmite. O prazo para a entrega é janeiro de 2021. Estimamos que o valor da construção seja de R$ 9 milhões”, informou o secretário. A EC 52 de Taguatinga terá continuidade no processo licitatório, autorizado em janeiro pelo Tribunal de Contas do Distrito Federal (TCDF).
Diretor do Sindicato dos Professores (Sinpro), Samuel Fernandes afirmou que pequenas ações da secretaria são caracterizadas como manutenção ou reforma. “Se uma equipe troca um cano, a ação entra na estatística da pasta como reforma. Temos muitas escolas no DF que precisam ser reconstruídas de verdade”, destacou. Entre os problemas destacados por ele estão questões estruturais, de vazamento de água e edifícios antigos, que podem oferecer riscos aos estudantes.
Ainda segundo Samuel, ações imediatas precisam ser implementadas. Caso contrário, a tendência é que a situação das edificações piore. “Temos escolas funcionando em situação precária e outras fechadas por falta de reforma. O que precisamos é de um trabalho efetivo nessas obras”, reforçou.
O secretário de Educação reconheceu a diferença entre os serviços. “É importante ressaltar que reforma e reconstrução são coisas distintas. A reforma é quando faço uma troca de um piso, de forro ou da rede elétrica, por exemplo. A reconstrução é quando derrubamos tudo e começamos do zero”, diferenciou João Pedro.
Novidades
O Sol Nascente e Pôr do Sol ganhará uma nova unidade de ensino. A Escola Classe Juscelino Kubitschek será inaugurada em 13 de fevereiro. Estudantes da pré-escola e dos iniciais do ensino fundamental poderão ter aulas no local, que deverá comportar 960 alunos.
Ainda em fevereiro, o GDF pretende inaugurar cinco creches com 870 vagas. Elas ficarão em Ceilândia, no Lago Norte, em Samambaia e em São Sebastião. “A oferta de equipamentos para a educação é tudo que precisamos entregar. Os reparos e as manutenções são demandas constantes que precisamos sanar”, afirmou o secretário.
Além disso, a Secretaria de Educação deu exemplos de algumas reformas feitas em unidades de ensino da capital. A Escola Classe 29, em Ceilândia, recebeu reparos na cantina, pintura e troca da rede elétrica, do forro e do piso. A Escola Classe 12, também na região administrativa, ganhou novo piso do pátio.
"A reforma é quando trocamos um piso, um forro ou a rede elétrica, por exemplo. A reconstrução é quando derrubamos tudo e começamos do zero”
João Pedro Ferraz, secretário de Educação