Uma protesto a favor da criação da Praça Marielle Franco ocorreu na tarde desta terça-feira (28/1), no Setor Comercial Sul, próximo à estação Galeria do metrô. Os manifestantes não concordam com o veto do governador do DF, Ibaneis Rocha (MDB), à homenagem.
A intérprete de Libras Manuela Pires, 35 anos, diz apoiar a causa porque a ex-vereadora do Rio de Janeiro, assassinada em março de 2018, defendia os direitos humanos. “Ela sempre lutou pelas pessoas, e ver o veto ao nome dela mostra a repressão do governo", opina.
Giulia Paccini, 35, é socióloga e compareceu à manifestação. Ela questiona os motivos da decisão de Ibaneis. “O veto foi ideológico, pois o governador não apoia as pautas defendidas pela ex-vereadora e o que representava”, diz. Giullia salienta a importância da existência da praça: “Marielle era uma mulher negra, periférica e representante das minorias. Ela contornou as estatísticas e ocupou um cargo político. Essa praça representa o deixado por legado de Marielle franco”.
A ex-vereadora lutavas por pautas como direito das mulheres, da população LGBT, de negros e de moradores da periferia. Em Paris, capital da França, um jardim recebeu o nome de Marielle Franco. Para a assessora parlamentar Ana Lima, 24, "assim como Marielle foi homenageada no mundo, ela deve ser homenageada na capital do país". "Ela não lutou apenas por questões do Rio de Janeiro, mas por questões humanas”, argumenta.
Veto
Na última quarta-feira (22/1), o governador Ibaneis Rocha vetou o projeto que criava a Praça Marielle Franco em Brasília. O projeto foi apresentado pelo deputado Fábio Felix (Psol). Segundo o governador, “não há relação entre o nome da vereadora e o Distrito Federal”. Ibaneis disse ainda que a tradição é homenagear pessoas que tenham servido diretamente à comunidade do DF.
A vereadora foi assassinada em março de 2018, junto com seu motorista, Anderson Gomes.
*Estagiários sob supervisão de Fernando Jordão