A Polícia Civil do Distrito Federal deflagrou, nesta terça-feira (28/1), a segunda fase da Operação Crassus, com objetivo de encerrar operações de fraude fiscal de empresas em Brasília e Goiânia. A 1ª Vara Criminal de Brasília expediu dois mandados de busca e apreensão. Um grupo empresarial do mercado de peças automotivas teria burlado o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) - tributo que incide sobre a movimentação de mercadorias em geral. O esquema gerou um prejuízo de, aproximadamente, R$ 50 milhões.
Agentes da Divisão de Repressão aos Crimes Contra a Ordem Tributária (Dicot), da Coordenação Especial de Combate à Corrupção e ao Crime Organizado (Cecor), com apoio da Polícia Civil de Goiás estiveram na capital goiana, nos endereços vinculados a um contador responsável pelo assessoramento técnico das atividades do grupo criminoso que atuava no mercado de peças automotivas.
Segundo a Polícia Civil, a quadrilha praticou fraude através de evasão fiscal. O grupo desconstituía empresas “estouradas” (devido ao grande passivo tributário) e, em seguida, criava novas, usando "laranjas" (pessoa que empresta o próprio nome para transações bancárias de empresas fraudulentas).
De acordo com o delegado Ricardo Gurgel, essas pessoas emprestavam nomes por não possuir bens ou rendas. Em caso de execução fiscal, nada seria penhorado, de modo que a fazenda pública não poderia executar o crédito.
A primeira fase da operação aconteceu em 25 de setembro de 2019, quando foram cumpridos 17 mandados de busca e apreensão, em 10 residências e sete empresas no DF e Goiânia. O prosseguimento das investigações buscam consolidar, com elementos probatórios, o inquérito policial, além de definir a participação de cada integrante do grupo.
Ao todo, 23 pessoas são indiciadas nos crimes de organização criminosa, lavagem de dinheiro, sonegação fiscal, e uso de documento falso.