No início da noite deste sábado, às 19h, foi dada a largada à 50ª Corrida de Reis, prova de rua tradicional em Brasília. Mesmo com chuva forte, os 16 mil inscritos compareceram em peso. A senadora Leila Barros, do vôlei, também esteve presente para prestigiar o evento. Entre atletas que participavam de uma competição pela primeira vez, veteranos da corrida, pessoas com deficiências e até crianças, alguns correram seis quilômetros e outros, dez.
Cleonice Souza, 46, analista de Recursos Humanos, é do grupo de experientes que escolheu o percurso mais longo. Com ela, levou a enteada, estreante, mas consciente, afirma: “Não treinei, vim na fé, então, vou o quanto der”. Segundo Cleunice, a chuva não desanima, pelo contrário. “Eu estava torcendo para que chovesse. É mais fresco”, garante.
À tarde, aconteceu a corrida mirim, da qual Arthur Barbosa, 5, participou empolgado. “Correu 25m”, conta a mãe, Evelyn Barbosa, 22, enfermeira. A opinião dele é sucinta: “legal”, mas o sorriso no rosto mostra toda a diversão do dia. Como a mãe também ia correr à noite, levou o carrinho do menino para empurrar. Para não cansar tanto, reveza com os avós do garoto, Silvia Regina de Oliveira, 40, secretária, e Daniel Diniz, funcionário público Arthur não era o único na corrida de gente grande. Bebês acompanhavam os pais no carrinho, crianças, em bicicletas, triciclos.
Pessoas com deficiência
A largada foi única para quem correria 6 ou 10 quilômetros. Mas os participantes com deficiência saíram alguns minutos antes. Havia cegos, pessoas com Síndrome de Down, autismo e diversas outras condições. Os professores de Educação Física e técnico do Centro Integrado de Educação Física (Cief), na SQS 907, Marcelo Ottoline e Guilherme de Sousa estavam acompanhando atletas do futebol de cinco, o futebol para deficientes visuais, Amaury de Castro, 23, massoterapeuta e Jeferson Queiroz, 29, atleta.
É a primeira corrida de rua dos atletas. Enquanto Amaury afirma que só quer “desenferrujar”, já que estão em ritmo de férias dos treinos, Jeferson brinca que foi “para ganhar”. Segundo Marcelo, há muitas vagas no Cief e falta cegos para treinar: “Quem gosta de futebol, quer jogar, é só aparecer lá. O Governo dá muito apoio”.