A emoção marca o velório do motorista de aplicativo encontrado morto na Granja do Torto. A cerimônia começou por volta das 9h deste sábado (25/1), na Capela 4 do Cemitério Campo da Esperança, no Gama. Familiares e amigos de Maurício Cuquejo, 29 anos, se reúnem no lugar para prestar as últimas homenagens.
O jovem, a quarta vítima de latrocínio do sistema por aplicativo no DF, morreu na madrugada de quinta-feira, no Núcleo Rural Boa Esperança 2, na Granja do Torto. Três homens e um adolescente foram detidos pelo crime.
Emocionados, familiares cantaram cânticos de louvor e fizeram orações para o jovem. Tia de Maurício, Shirley Sodré, 53 anos, conta que a ficha da irmã, mãe do motorista, ainda não caiu. "Minha irmã está sofrendo, mas ainda não conseguiu entender a proporção de tudo", relata.
A tia lamentou a morte trágica do jovem e pediu justiça. "Ele morreu trabalhando, viveu 29 anos como um guerreiro, superando dia a dia", lamentou. "Se os assassinos soubessem um pouquinho da história do Mauricio, eles se matariam de tanta vergonha", disse.
A amiga da família, Hellen Virgini, 45, pede mobilização contra os crimes que atingem os trabalhadores de aplicativo. Queremos justiça e toda luta é bem-vinda e necessária. Os aplicativos vieram para ajudar os usuários, mas eles também têm de garantir segurança", opina. "Que menos Mauricios morram, é o meu desejo", pede.
Buzinaço
Motoristas de aplicativo fizeram uma homenagem ao colega. Em fila, eles buzinaram até o cemitério Campo da Esperança do Gama.
"Estamos cansados desses crimes", revela Alessandro Santos, 40 anos. Há três anos trabalhando na função, o motorista conta que está com medo. "Não estou conseguindo trabalhar, esse é o segundo crime com um motorista. É muito dificil lidar com isso", diz.
A passeata reivindica que os apps disponibilizem a identificação dos passageiros. "Queremos fotos e nomes das pessoas que entram nos nossos carros", pede Alessandro. "Eu só quero que cesse o roubo ao motorista", acrescenta.
Em caixa de som, um dos motoristas falou das dificuldades e condições de trabalho. "Basta de mortes, queremos segurança para trabalhar", disse.