Após a confusão envolvendo um morador que é policial militar e um entregador de comida, no último fim de semana, o condomínio Carpe Diem decidiu proibir a entrada de entregadores no prédio residêncial em Taguatinga. De acordo com a nota a que o Correio teve acesso, a decisão é provisória até decisão definitiva em assembleia.
O texto foi enviado aos moradores, na manhã desta terça-feira (21/1), por meio de um aplicativo de mensagens. De acordo com a mensagem, a decisão foi tomada “após orientação da polícia militar e do sistema de inteligência” e que, como ocorreu na segunda-feira (20/1), os motoboys pretendiam voltar a realizar protestos no local. “Por isso, temendo pela segurança de todos se fez necessário essa decisão administrativa”, diz trecho da nota.
“A PM orientou que, caso ocorram novas manifestações, que os moradores não fiquem na recepção, garagem e na área dele lazer, já que quanto mais moradores eles conseguirem chamar a atenção, mas demorado será o ato. E, se necessário intervenção, poderá dificultar o trabalho da polícia”, diz trecho da nota. Procurada, a Polícia Militar do Distrito Federal disse que desconhece a informação contida na mensagem.
Motoboy foi preso
A Polícia Militar do DF prendeu, nessa segunda-feira, o motoboy que se envolveu na confusão na porta do condomínio. De acordo com a corporação, a moto usada por ele é clone de uma motocicleta usada por uma moradora de Aparecida de Goiânia (GO).
A proprietária teria registrado um boletim de ocorrência na Delegacia de Repressão a Furtos e Roubos de Veículos, em 23 de julho do ano passado, depois que começou a receber multas. “A placa usada na moto não tem código de barras e a numeração do lacre é inexistente. O suspeito entregou a motocicleta de livre e espontânea vontade e a conduziu até a 27ª DP. Ele ficou detido por uso de documento falso e receptação”, informou a PM em nota.
Entenda a briga
O entregador de aplicativo de 21 anos foi agredido pelo policial militar, que chegou a sacar a arma, na noite de domingo (19/1), em frente a um condomínio na QI 12 de Taguatinga Norte. A discussão ocorreu após o motoboy se negar a retirar a moto da frente do prédio. O militar é morador do prédio e não estava a serviço no momento.
A ocorrência foi registrada na 12ª Delegacia de Polícia (Taguatinga) pelo próprio PM. Em nota oficial, a PM afirmou que o síndico e o porteiro do condomínio solicitaram a ajuda do policial, "devido à atitude agressiva e à suspeita de um homem que, segundo eles, estava com um volume na cintura em frente ao prédio.'
"Tratava-se de um entregador que já havia finalizado seu serviço e se recusava a ir embora e retirar sua motocicleta da entrada do edifício, local impróprio para estacionamento". A nota ainda diz que, na delegacia, "foi constatado que o entregador possui várias passagens pela polícia, entre elas, porte ilegal de arma de fogo, receptação, desacato, entre outras. A PMDF vai analisar as imagens para verificar e apurar qualquer excesso".
Ele foi solto em liberdade provisória nesta quarta-feira (22/1), após audiência de custódia. Para a juíza Lorena Alves Ocampos, a conduta dele não demonstrou perigo nem significativo abalo da ordem pública. Os nomes deles não foram divulgados. Com base em três artigos da Lei do Abuso de Autoridade, aprovada pelo Congresso e sancionada pelo presidente da República, Jair Bolsonaro, as instituições policiais de todo o país estão suspendendo a divulgação dos nomes e das imagens de presos em ações de rotina ou operações.
Imagens de conversa entre militares, retirada de aplicativo de mensagens, mostram um acordo feito entre os policiais para abordarem motoboys em fiscalizações. A divulgação da conversa assustou os motociclistas, que decidiram convocar outra manifestação, nesta sexta-feira (24/1), às 11h, no Eixo Monumental.
Em vídeo da câmera de segurança do prédio, é possível visualizar o momento em que o motobou chega no prédio. Às 20h26, Davi estaciona a moto em local proibido, em frente ao edifício. Ao ver a cena, o porteiro pede para que ele tire o veículo de lá.
Veja a nota do condominío
Caros moradores,
A decisão de evitar a entrada dos entregadores é provisória e foi tomada após orientação da polícia militar e do sistema de inteligência .
Foi nos informado que a classe pretende fazer mais dois e/ou três dias de manifestação aqui no condomínio.
Por isso, temendo pela segurança de todos se fez necessário essa decisão administrativa até que se possa levar o assunto para assembleia deliberando e decidindo de forma definitiva.
A PM orientou que caso ocorra novas manifestações, que os moradores não fiquem na recepção, garagem e na área dele lazer, já que quanto mais moradores eles conseguirem chamar a atenção, mas demorado será o ato. E, se necessário intervenção, poderá dificultar o trabalho da polícia.
Essas foram as orientações passadas pelo major do 2 batalhão de polícia de Taguatinga. Estamos em contato constante com ele.
A Polícia Militar está trabalhando para manter o sossego e a ordem pública.
Administração Condomínio Carpe Diem
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