Para os moradores de Arapoanga, a possibilidade de regularização traz a esperança de que os lotes e a própria região se valorizem. A expectativa é de que, depois de décadas, possam finalmente ter tranquilidade de que o espaço comprado há tantos anos de fato pertencem a eles. O pedreiro José Dias da Silva, 57 anos, veio de Campos Belos (Goiás) para Brasília há mais de 30 anos. Pagou aluguel em Planaltina, mas, quando soube da venda de um terreno de cerca de 200m² na Quadra 3 de Arapoanga, viu a oportunidade de construir a casa onde mora com a mulher e os três filhos, há 22 anos. “Aqui eu tive facilidade para adquirir o lote. Pelo tempo em que construí o meu sobrado, essa regularização demorou, mas é uma coisa importante, porque vai trazer valorização”, acredita.
A líder comunitária Carmem Lúcia de Assis, 59 anos, comemora a conquista de Arapoanga. “Tudo melhora depois disso. Eu posso comparar a uma pessoa sem Certidão de Nascimento. Ela não é ninguém. Depois que tira, vira gente, tem CPF, identidade. Com a escritura, nós podemos fazer empréstimos, valorizar o que é nosso sem medo”, avalia.
A infraestrutura na região, segundo Carmem Lúcia, melhorou nos últimos anos, mas a esperança é de que, com mais setores legalizados, haja mais qualidade. “É uma valorização para o nosso próprio local. Temos 90% daquilo que precisaríamos aqui, e esperamos agora ter mais. Quando vem a escritura, você tem segurança também de poder deixar algo para os que vão te suceder”, explica. (AP)