Cidades

GDF faz campanha para prevenção da hanseníase

A ação começa nesta segunda-feira (20/1) e se estende até 10 de março. Médicos estão atendendo os pacientes na Rodoviária do Plano Piloto

Correio Braziliense
postado em 20/01/2020 15:32
Os pacientes estão sendo atendidos dentro da carretaA Rodoviária do Plano Piloto recebe a campanha para prevenção e enfrentamento da hanseníase, uma doença que ataca milhares de brasileiros anualmente. A ação tem o objetivo de diagnosticar novos casos da doença e também de divulgar a enfermidade, os modos de prevenção e o tratamento. 

A campanha começa nesta segunda-feira (20/1) e se estende até 10 de março, percorrendo 13 regiões administrativas do Distrito Federal, com horário de funcionamento das 8h às 17h. A carreta vai ficar esta semana na Rodoviária. Para ser atendido basta chegar ao local e dizer o nome e endereço.

A hanseníase pode causar manchas esbranquiçadas, avermelhadas ou amarronzadas em qualquer parte do corpo; perda ou alteração de sensibilidade térmica e tátil; falta de sensibilidade à dor nas extremidades das mãos e dos pés; formigamento; fisgadas; agulhadas ao longo dos nervos dos braços e das pernas; inchaço de mãos e pés.

"A hanseníase é uma doença infecciosa que já foi erradicada em várias áreas do mundo, mas países com alguma dificuldade de desenvolvimento, como é o caso do Brasil, ainda registram casos de uma maneira bem alarmante. Aqui há muita incidência e esse quadro mostra que o diagnóstico está sendo feito tardiamente", explica o médico Ciro Martins Gomes, professor de dermatologia da UnB. 

Em 2016, segundo a organização Mundial da Saúde (OMS), 143 países registraram 214.783 casos novos da doença. No Brasil, no mesmo ano foram notificados 25.218. Já no período de 2012 a 2016 foram diagnosticado quase 152 mil novos casos só no Brasil.

"É uma doença curável. Se tratada no início, ela não dá deformidade, mas estamos vendo muitos casos com deformidade. A doença tem um contágio muito difícil de se transmitir, só se morar com a pessoa durante muito tempo. Ter contato pessoal, usar talheres, copos não transmite a doença. O tratamento é feito durante de seis meses a um ano e logo nos primeiros 15 dias a pessoa pára de transmitir”, explica Ciro. 

Os pacientes que forem diagnosticados com a doença na avaliação que está sendo feito nesta campanha recebem a primeira dose do tratamento no local e, imediatamente é encaminhado ao posto de saúde, hospital universitário de Brasília e Hran. 

A presidente do grupo de apoio às mulheres atingidas pela Hanseníase (Gamah) Marly Araujo, conta que já teve a doença: "Os primeiros sintomas apareceram em 1993. Só fui diagnosticada com a doença em 2000 e o tratamento terminou um ano depois. Eu dedico a minha vida a trabalhar para o diagnóstico precoce da hanseníase. Quando tinha o problema sentia muitas dores. Hoje ainda tenho dores, só que bem menos.”Marly Araújo dedica a própria vida nas campanhas da Gamah

Rosenilde da Silva, 46, estava passando pela rodoviária e participou da campanha. "Fui muito bem recebida. Essa campanha é boa porque existem muitas pessoas que não se cuidam”, comenta Rosenilde. 

O pedreiro João Vicente Corrêa, 44 anos, não conhecia a doença. "Eu tenho umas manchas no corpo, nunca me consultei para saber o que é. Como a carreta está na rodoviária, vou passar lá antes que ela vá embora, para tentar descobrir o que é isso”, disse joão. 

Saúde

O diagnóstico é feito pelo exame dermatoneurológico, com teste de sensibilidade na pele e exame dos nervos da face, mãos e pés. Em caso confirmado de hanseníase, devem ser examinadas todas as pessoas que moram na casa do paciente.

O tratamento é chamado de poliquimioterapia (PQT), usando composto de antibióticos com doses mensais na unidade de saúde e de doses em casa. Os medicamentos são seguros e eficazes. O tratamento é gratuito e está disponível na rede do SUS. 

Notícias pelo celular

Receba direto no celular as notícias mais recentes publicadas pelo Correio Braziliense. É de graça. Clique aqui e participe da comunidade do Correio, uma das inovações lançadas pelo WhatsApp.


Dê a sua opinião

O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores. As mensagens devem ter, no máximo, 10 linhas e incluir nome, endereço e telefone para o e-mail sredat.df@dabr.com.br.

Tags