A alteração dos valores começou a valer nesta segunda para todas as 826 linhas de ônibus, incluindo circulares internas (141), curtas (273) e longas/integração (412) e o metrô. Em entrevista coletiva promovida na quinta-feira (9/1), o secretário de Transporte e Mobilidade, Valter Casimiro, explicou que a dívida do GDF com as empresas de ônibus chega a R$ 247 milhões, o que também teria motivado o reajuste das passagens.
“Em 31 de dezembro de 2018, nosso débito era de R$ 257 milhões. Conseguimos diminuir R$ 10 milhões em um ano. É pouco, mas temos que considerar que o aumento reduz a necessidade de subsídio em R$ 161 milhões”, justificou o secretário.
Na avaliação do distrital Rodrigo Delmasso (Republicanos), é preciso entender quais foram os argumentos que o governo utilizou para o aumento. De acordo com ele, a CLDF promoverá duas reuniões para discutir a tarifa, nesta quarta-feira (14/1) e quinta-feira (15/1). “Encaminharemos o ofício ao governador Ibaneis Rocha (MDB) para que ele suspenda os aumentos imediatamente, até que a Câmara possa apresentar a proposta de qual valor deveria estar sendo praticada no transporte público”, frisou.
As primeira reunião será com a sociedade civil, na qual será debatido qual deveria ser o valor das passagens do transporte. Na quinta, o encontro será com o governo, a quem os parlamentares pedirão justificativas para o aumento. “Na próxima semana, vamos fechar nossa proposta e apresentar ao GDF”, pontuou Delmasso.
O Ministério Público de Contas do DF (MPC) também solicitou à Secretaria de Transporte e Mobilidade (Semob), em um prazo de 48 horas, cópia do processo autuado para o aumento das tarifas, além dos estudos realizados para a definição do valor do reajuste.
Oposição
Parlamentares da oposição estudam outros caminhos, inclusive entrar na Justiça, caso o governo não suspenda o aumento, conforme recomendação da Câmara Legislativa. O reajuste ficou fixado em 10% para todas as tarifas. A de R$ 2,50 passa para R$ 2,75; de R$ 3,50 para R$ 3,85; e a de R$ 5 aumenta para R$ 5,50.
Na próxima terça-feira (20/1), a CLDF também decidirá sobre a possibilidade de convocação de uma sessão extraordinária, ainda em janeiro, para votar o Projeto de Decreto Legislativo (PDL), de autoria de Fábio Felix (PSOl) e assinada pelos deputados da oposição, que suspende o decreto de aumento das passagens.
“Há uma insatisfação dos parlamentares com o reajuste. O que se percebe é que existe um entendimento na Casa de que o aumento é abusivo e o ofício mostra isso. Vamos participar também das manifestações porque precisamos estar nas ruas e protestar contra isso”, disse Fábio Felix.