O vigilante Alan Fabiano Pinto de Jesus, 45 anos, foi transferido do Hospital de Base para o Centro de Detenção Provisória, no Complexo Penitenciário da Papuda, de acordo com a Polícia Civil. O acusado de esfaquear 48 vezes a ex-namorada Luciana de Melo Ferreira, 49, estava internado na unidade hospitalar com traumatismo cranioencefálico, sob escolta policial, desde 23 de dezembro.
Alan Fabiano matou a funcionária do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) na noite de 21 de dezembro, quando entrou no edifício dela e a aguardou por cerca de duas horas. A vítima poderia estar viva se tivesse recebido atendimento logo após os golpes, conforme laudo cadavérico do Instituto de Mecina Legal (IML), que indicou a causa do óbito como choque hipovolêmico (perda súbita e excessiva de sangue). Na terça-feira (31/12), ele confessou parcialmente o homicídio.
Após o assassinato cruel, o vigilante pegou a suposta arma do crime, uma tesoura, a bolsa de Luciana, além de outros pertences pessoais dela. Ele entrou no carro e seguiu para a residência da ex-mulher, no Riacho Fundo 2. Durante o caminho, se livrou de todas as provas materiais que o ligavam ao homicídio — nada foi recuperado. A intenção dele em levar os objetos era simular um latrocínio (roubo seguido de morte).
Na noite de 22 de dezembro, o acusado foi trabalhar, no Ministério da Economia, onde atuava como terceirizado. Ali, passou mal logo no início da madrugada do dia 23, e precisou se levado às pressas ao Hospital de Base. Já pela manhã, o corpo de Luciana foi descoberto pela filha dela. Investigadores da 3ª Delegacia de Polícia (Cruzeiro) chegaram até imagens do circuito interno de segurança do prédio, que mostravam Alan Fabiano entrando e esperando pela ex.
Com a identificação, o vigilante acabou preso. Mesmo internado no Hospital de Base, ocorreu a audiência de custódia dele. A Justiça determinou que a prisão fosse transformada em preventiva, ou seja, sem tempo para acabar. Ele deve seguir detido na Papuda até julgamento, quando passará por júri popular, o qual decidirá se ele é ou não culpado pelo assassinato de Luciana.
Alan Fabiano responde por homicídio quadruplamente qualificado: feminicídio; motivo torpe; mediante emboscada; e asseguração a execução de outro crime (por tentar fingir um latrocínio). Se condenado, por ficar até 30 anos atrás das grades.
Notícias pelo celular
Receba direto no celular as notícias mais recentes publicadas pelo Correio Braziliense. É de graça. Clique aqui e participe da comunidade do Correio, uma das inovações lançadas pelo WhatsApp.
Dê a sua opinião
O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores. As mensagens devem ter, no máximo, 10 linhas e incluir nome, endereço e telefone para o e-mail sredat.df@dabr.com.br.