Familiares e amigos reuniram-se ontem no Cemitério do Gama para prestar as últimas homenagens ao analista de sistemas Jacob Vilar Santana, 31 anos. O brasiliense morreu após ser arrastado por uma tromba d;água, no Vale da Lua, ponto turístico do Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros, em Alto Paraíso de Goiás. Equipes do Corpo de Bombeiros do DF e de Goiás encontraram o corpo dele na segunda-feira. Devido ao estado de decomposição do cadáver, não houve velório, apenas o sepultamento.
A cerimônia começou às 15h30 e reuniu cerca de 100 pessoas. Durante a despedida, os familiares entoaram a canção evangélica Pra sempre e vestiram camisetas que retratavam a imagem de Jesus Cristo abraçando Jacob. ;Pra sempre exaltado é. Pra sempre Ele vive. Ressuscitou;, dizia um dos trechos da música.
Irmão de Jacob, o técnico em informática Alan Alves Vilar, 26, sentiu alívio ao oferecer um enterro digno a Jacob no mesmo cemitério onde os pais deles estão sepultados. ;Não está sendo fácil superar essa perda. Mas ao mesmo tempo que existe a dor, vem o sentimento de conseguirmos providenciar um enterro à altura dele. Não existem palavras para descrevê-lo. Ele era fenomenal;, afirmou, emocionado.
Amiga de Jacob havia três anos, a arquiteta Daphny Figueiredo, 24, relembra dos momentos especiais vividos ao lado do jovem. ;Ele morava em um condomínio em frente à minha casa, e tínhamos uma amizade sensacional. Sempre que eu saía para lanchar, eu o convidava. Durante todo esse tempo, ele me deu bons conselhos. O legado que o Jacob deixa é de uma pessoa trabalhadora, divertida e muito positiva. Está sendo muito doloroso para mim. Toda vez que estou chegando em casa, passo em frente à residência dele e relembro tudo que vivemos;, contou.
Exemplo
Segundo Daphny, Jacob havia se mudado do Distrito Federal para São Paulo no fim do ano passado a trabalho, mas vinha frequentemente para Brasília visitar os irmãos e os amigos. ;Ele sempre gostou muito de ir à Chapada. Tinha praticamente um book de fotos do local. Quando a minha mãe me contou sobre o desaparecimento, a ficha não caiu. Depois que vi o vídeo que mostrava a força da água, me bateu um desespero;, lamentou.
O músico Nicodemos Araújo, 54, é tio de Jacob e acompanhou as buscas pelo jovem com as equipes do Corpo de Bombeiros por duas semanas. ;Estou com um sentimento de alívio por terem encontrado o corpo. Estávamos angustiados e com medo de não poder fazer um velório. Agora, o meu sobrinho deixa um exemplo de pessoa dedicada, carinhosa e forte;, ressaltou.
Buscas por 25km
Jacob desapareceu em 1; de dezembro quando estava com a namorada no Vale da Lua. Ela conseguiu se segurar em uma pedra e foi socorrida. Equipes do Corpo de Bombeiros de Goiás e do Distrito Federal foram acionadas e, durante os mais de 20 dias de buscas pelo jovem, os bombeiros percorreram 25km pelo leito do rio. Na última segunda-feira, cães farejadores da corporação encontraram um cadáver do sexo masculino. Devido ao estado de decomposição do corpo, não foi possível afirmar que se tratava de Jacob. Dois dias depois, a perícia confirmou, por meio das impressões digitais, que o corpo era do analista de sistemas.