Alan Rios
postado em 25/12/2019 14:44
Luciana de Melo Ferreira, 49 anos, foi velada no Cemitério Campo da Esperança nesta quarta-feira (25/12). A vítima do 33; feminicídio do ano no Distrito Federal recebeu homenagens de familiares e amigos em uma cerimônia íntima, na Capela 7, às 14h.
Servidora terceirizada do Tribunal do Superior Eleitoral (TSE), ela foi assassinada no último sábado (21/12), dentro do apartamento, no Sudoeste, após ser golpeada cerca de 40 vezes. O corpo foi encontrado dois dias depois, pela filha dela.
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O principal suspeito do crime é Alan Fabiano Pinto de Jesus, 44, um vigilante que teve prisão preventiva decretada na manhã desta quarta-feira(25/12). O acusado é ex-namorado de Luciana. Os dois tiveram um relacionamento de quatro meses, que ela pôs fim em outubro.
Rosângela Ferreira, 53, era próxima de Alan e fez uma amizade recente com Luciana. "Faço parte de um motoclube e conheço o Alan há anos. Meses atrás ele nos apresentou a namorada e vimos que ela era uma pessoa alegre, correta, muito simpática", lembra. Para a comerciante, foi um choque saber da notícia do feminicídio.
"É triste e revoltante, também. Eu, como mulher, não consigo aceitar. Esse sentimento de posse dos homens com as mulheres é absurdo. Temos que acabar com esse pensamento de que mulher tem que fazer as vontades do homem", avaliou. Rosângela também diz que Alan costumava ser uma pessoa de pavio curto, mas não imaginava que ele pudesse cometer um crime como esse.
"Ele sempre foi meio explosivo, meio turrão. Mas um ato como uma barbárie dessa nunca imaginamos. Isso me faz pensar que a lei não funciona. A mulher não pode deixar tirar a medida protetiva, a Justiça não pode permitir", lamentou.
A vítima já tinha denunciado Alan por violência doméstica. Na ocasião, ele tentou jogar o carro em que amobs estavam contra uma árvores. Ele chegou a ser preso e a Justiça determinou que o detido fosse liberado com uma tornozeleira eletrônica, sem poder se aproximar da vítima, dos familares dela, do apartamento em que vivia e do TSE, onde ela trabalhava.
Em dezembro deste ano, Luciana autorizou a retirada da medida, por acreditar que ele não se aproximaria mais. Alan está internado no Hospital de Base. A Polícia Civil investiga o motivo dos ferimentos que o fizeram dar entrada na unidade de saúde com traumatismo craniano.