Se este caso for comunicado como feminicídio, será o 33; no DF este ano. Segundo a assessoria de comunicação da Secretaria de Segurança Pública (SSP-DF), a suspeita de feminicídio existe "por conta das circunstâncias em que o corpo foi encontrado, com as perfurações no peito, de acordo com os policiais da área".
O homem que Luciana denunciou também se comprometeu, na audiência de custódia, a não fazer qualquer contato, inclusive por meio da internet. Ele deveria ficar com a tornozeleira por um período inicial de 90 dias, prazo que venceria em 21 de janeiro de 2020.
Medidas protetivas revogadas
Porém, em 4 de dezembro, a Justiça analisou um pedido de revogação das medidas protetivas e da monitoração eletrônica "formulado pelo investigado e pela vítima". Segundo consta no processo, o Ministério Público do DF e Territórios manifestou-se favoravelmente aos pedidos. "Considerando não mais se encontrar a ofendida em situação de risco, bem como diante da manifestação ministerial retro, REVOGO as medidas protetivas de urgência anteriormente deferidas em favor de Luciana de Melo Ferreira, assim como a monitoração eletrônica imposta ao investigado".
Uma fonte que pediu para ter o nome preservado relatou que as brigas entre o casal eram constantes. "A gente ouvia as brigas. Ele batia num dia e mandava flores no outro", resumiu.
Uma vizinha da vítima contou que a mulher havia sido alvo de outro caso de violência neste ano. "O ex dela veio aqui uma vez e chegou a quebrar a porta de vidro do prédio, irritado porque ela não quis abrir para ele", lembra.
Luciana foi encontrada morta na tarde desta segunda-feira (23/12) pela filha dela. A jovem ligou para a Polícia Militar pedindo ajuda. A perícia está no local colhendo provas do assassinato que levem à identificação e condenação do autor.
O Correio optou por não divulgar o nome do homem denunciado por Luciana em outubro, pois não havia, até a mais recente atualização desta matéria, informações sobre a autoria do crime.