postado em 20/12/2019 12:15
Um policial militar está preso acusado de ter tentado assassinar um jovem de 21 anos no Riacho Fundo II. Segundo consta no processo do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT), o sargento Adailton Portela dos Santos, o filho dele e um homem ainda não identificado teriam "dado uma surra na vítima e, em dado momento, teria sacado a sua arma de fogo e efetuado quatro disparos em seu desfavor, vindo a atingí-la com dois deles". O crime aconteceu na noite de segunda-feira (16/12).
Pelos depoimentos colhidos pela autoridade policiail, o PM e os outros dois homens teriam partido para cima da vítima pelo fato de ela ter dito que ele era "comédia". O delegado responsável pelo caso relatou à Justiça que "testemunhas primordiais dos fatos foram ameaçadas por Adailton e pelos policiais que atenderem a ocorrência para que não revelassem o que havia acontecido de fato. Essas testemunhas foram localizadas por policiais civis que fizeram buscas perto da ocorrência. Muito amedrontadas, nenhuma das testemunhas queria falar. Uma das testemunhas chorou muito em seu depoimento."
Em audiência de custódia realizada no fim da manhã de quinta-feira (19/12), a juíza de direito Flávia Pinheiro Brandão Oliveira reconheceu que o PM reunia as condições favoráveis para responder às acusações em liberdade: primário, possuir residência fixa e trabalho lícito. Porém, como houve relato de intimidação de testemunhas, a magistrada considerou que, "se colocado em liberdade, poderá continuar a ameaçar e amedrontar as testemunhas oculares do fato".
Nota da PM
Em nota a Polícia Militar do Distrito Federal informou que a investigação é de competência da Polícia Civil do DF, por isso a corporação aguarda a formalização da denúncia para tomar as medidas que forem pertinentes ao caso. O policial já está afastado das atividades e responderá à sindicância, procedimento que visa esclarecer os fatos, buscando detalhes do ocorrido.
Memória
9 de dezembro
A discussão entre um policial militar e um vizinho terminou em tragédia, no Areal, em Águas Claras. Kley Hebert Gusmão, 51, acabou baleado pelo PM e, socorrido ao Hospital Regional de Ceilândia (HRC), morreu horas depois. O crime teria ocorrido após desavenças supostamente iniciadas por conta de barulho. O caso aconteceu por volta das 22h. De acordo com informações da PM, o militar se dirigia à porta do prédio para registrar uma reclamação por perturbação. Nesse momento, ele se encontrou com Kley nas escadas de um dos blocos e ambos começaram uma briga física. Em seguida, o policial saca a arma e atira contra a vítima. O autor dos disparos justificou a ação informando que teve medo de ser desarmado por Kley.
28 de novembro
O médico Luiz Augusto Rodrigues, 45 anos, morreu baleado com um tiro na cabeça por um policial militar durante uma abordagem. O caso aconteceu no início da madrugada, quando a vítima deixou um bar da 314/315 Sul. Ele estava acompanhado por um colega, um sargento reformado da PM, que, segundo a corporação, apontou uma arma para os colegas de profissão, que revieram com tiros. Entretanto, o militar nega a versão dos fatos e diz apenas que estava escoltando Luiz para o veículo dele, estacionado nas imediações da quadra.
ERRATA
Mais cedo o Correio divulgou que o PM teria sido preso por ter matado o jovem. Porém, por volta das 16h30, com o avanço da apuração, a reportagem constatou que, na verdade, houve uma tentativa de homicídio e que o rapaz sobreviveu.