Para a promotora Janaína Cristina Queiroz de Almeida, que assinou o requerimento na última segunda-feira (16/12), a arquiteta já demonstrou intenção de burlar a aplicação da lei penal sofrida e teria ;vastos recursos financeiros; para fugir a qualquer momento. Por essa razão, o MP entende que Adriana deveria ser presa preventivamente e sofrer aumento de pena.
A defesa da acusada rebateu o pedido do Ministério como ;falta de técnica;. ;O que me causa estresse é esse momento de espetacularização do Ministério Público. Isso é uma falta de técnica, a mesma que foi conduzida durante todo o processo;, afirmou o advogado Antônio Carlos de Almeida Castro, Kakay.
Adriana Villela foi condenada pelos crimes de triplo homicídio triplamente qualificado e furto qualificado.
Julgamento
O julgamento começou no dia 23 de setembro de 2019 e foi o mais longo registrado na história do Distrito Federal. Ao longo do júri, 24 testemunhas, sendo 8 de acusação e 16 de defesa, foram interrogadas. Delegados, peritos, familiares e amigos de Adriana compareceram ao plenário para prestar informações sobre o crime.
A aposta da defesa foi uma linha do tempo de onde Adriana esteve no dia do crime. Além disso, apresentaram peritos criminais, que contestaram laudos contidos nos autos do processo. Um deles, Sami El Jundi, contratado pelos advogados, usou técnicas do FBI (Polícia Federal dos Estados Unidos) para reavaliar o caso. Ele indicou que o crime tem sinais de latrocínio e não homicídio.
A acusação contra Adriana foi embasada na confissão dos três condenados pelo triplo homicídio. Além disso, a promotoria apresentou um laudo feito por papiloscopistas da Polícia Civil, que mostra a marca da palma de Adriana no apartamento dos pais. Segundo o Ministério Público, essa digital é indício de que ela esteve na casa da família Villela no dia do crime. Um exame para comprovar a data dessa marca foi feito, porém, também foi contestado por peritos da defesa.
Vítimas
Em 28 de agosto de 2009, foram assassinados o ex-ministro do TSE José Guilherme Villela, 73 anos, a advogada Maria Carvalho Mendes Villela, 69 anos, e a empregada doméstica Francisca Nascimento Silva, 58 anos, que trabalhou com a família por três décadas. Segundo a perícia, eles receberam mais de 70 facadas. O crime aconteceu na residência do casal, um apartamento no Bloco C da 113 Sul. José Guilherme ficou conhecido após defender Fernando Collor durante o processo de impeachment do ex-presidente. Na época, ele fez a leitura da carta de renúncia durante a sessão do Senado que julgou o pedido de perda de mandato, em 29 de dezembro de 1992. Outro cliente famoso de Villela foi o ex-governador Paulo Maluf.