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Índice de Desempenho Econômico do DF sobe ao longo de três trimestres

Resultado do Idecon-DF variou 1,8% entre julho e setembro, em relação ao mesmo período do ano passado. Crescimento também foi 0,4% maior em comparação com meses de abril a junho

[FOTO1] O desempenho econômico do Distrito Federal segue em ascensão pelo terceiro trimestre consecutivo. O Idecon-DF, índice que avalia esse cenário, apontou um aumento de 1,8% de julho a setembro, em comparação com o mesmo período do ano passado. Os dados, divulgados pela Companhia de Planejamento do Distrito Federal (Codeplan) nesta quarta-feira (11/12), levam em conta os resultados obtidos nos setores de serviços, agropecuária e indústria.

O resultado do Idecon-DF também foi 0,4 ponto percentual maior em relação ao registrado no trimestre passado. Além dele, a Codeplan apresentou um balanço da conjuntura econômica distrital de julho a setembro de 2019 em relação ao mesmo intervalo de 2018. Os índices mostraram melhora no consumo das famílias e queda na inflação. No entanto, o cenário permanece frágil, devido a fatores como desempenho tímido e mercado de trabalho com desemprego em alta.

[FOTO3]Presente à cerimônia de apresentação dos resultados, o secretário de Economia, André Clemente, afirmou que os números mostraram que as ações tomadas pelo Governo do Distrito Federal estão no ;caminho certo;. ;(Na fase de transição do governo,) ninguém entendia que a redução de impostos ia virar aumento da confiança e segurança jurídica, gastos no mercado e no comércio. Estamos com várias empresas vindo para o Distrito Federal; o comércio aquecido; acabamos com taxas que eram predatórias, cancerígenas; (...) fizemos muito, mas é só o começo.;

Em relação ao caixa, Clemente afirmou que o governo fechará o ano em dia com as contas, salários, gratificações, décimos-terceiros e pagamentos a fornecedores. ;(Há) alguns pequenos atrasos, mas porque essa era a cultura que vínhamos vivendo, R$ 8 bilhões em débito é o que recebemos. Estamos conseguindo colocar as contas em dia, pagar o atrasado e olhar para o futuro;, declarou o secretário.

Inflação

As taxas de inflação calculadas pelos índices nacional de preços ao consumidor (INPC) e de preços ao consumidor amplo (IPCA) ficaram em 0,25% e 0,26%, respectivamente. Como o INPC considera a variação nos gastos da população que recebe entre um e cinco salários mínimos, alguns subitens podem ter peso maior nos resultados verificados. Para 2020, a inflação calculada pelo IPCA (acumulada em 2,11% nos últimos 12 meses) tende a ficar em 2,74% ; 0,32 pontos percentuais a menos que no fim de 2018.

De modo geral, os principais responsáveis por puxar os índices para cima foram as áreas de habitação e despesas pessoais. Ao mesmo tempo, o preço de produtos relacionados a transportes, além de alimentação e bebidas, caiu. A queda nos valores de passagens aéreas puxou o primeiro grupo para baixo, enquanto a diminuição no valor do tomate ; cuja cultura se favoreceu pelo período da seca ; influenciou para a queda do segundo.

Entre julho e setembro, os brasilienses sentiram no bolso o peso dos gastos com energia elétrica ; que teve elevação da bandeira tarifária para amarela e vermelha devido à seca ; e com aluguel residencial. A expectativa do mercado imobiliário com a troca de governos pode ter refletido nessa alta e no consequente reaquecimento do setor.

Mercado de trabalho

Apesar da queda na taxa de desemprego de 13,7% para 13,2% entre o segundo e o terceiro trimestres, respectivamente, o aumento da contratação resultou do número de pessoas entrando na informalidade. O índice foi 0,6 ponto percentual maior que o registrado no terceiro trimestre de 2018. Ao contrário de boletins anteriores, o levantamento mais recente levou em conta dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), não da Pesquisa de Emprego e Desemprego (PED).

Entre julho e setembro deste ano, houve a criação de cerca de 6 mil postos formais, com destaque para saúde, construção e comércio. A conjuntura mostra um cenário positivo para o consumo no Distrito Federal, impulsionado pela atividade econômica das famílias.

Fatores como a liberação de saques do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) e do PIS/Pasep; a expansão da concessão de créditos devido à queda dos juros como resultado da redução da taxa Selic (em 4,5% ao ano); e a estabilização da massa salarial, ainda que reduzida em 1,8% (R$ 3.887), devem influenciar nesse processo.

Presidente da Codeplan, Jean Lima acredita que, no ano que vem, o índice de desemprego deve diminuir no DF. ;Pode ser que aconteça no país algum problema político ou econômico de ordem maior que impacte isso? Pode. Mas a tendência, no cenário atual, é de queda do desemprego. No ano que vem, com a retomada da PED conseguiremos monitorar isso com melhor precisão;, comentou. A PED está suspensa até janeiro, quando passará a incluir a Região Integrada de Desenvolvimento do Distrito Federal (Ride).

Setor produtivo

O avanço de 1,8% decorreu do desempenho de grandes setores de atividade: agropecuária (1,4% de variação) ; puxado pelo aumento na produção de milho ;; serviços (1,8%) e indústria (1,4%), cujo resultado foi impulsionado pela construção civil. Esse ramo registrou o melhor índice desde junho de 2013.

O setor de atividades financeiras teve protagonismo para o resultado do setor de serviços por representar 15% do produto interno bruto (PIB) do DF. O ramo registrou expansão de 2,5% em comparação com o terceiro trimestre de 2018.

O Idecon-DF aponta trajetória de recuperação e, pelo quarto trimestre consecutivo, apresentou índice positivo e superior à variação do PIB do Brasil. Mesmo assim, houve retração das exportações do DF, especialmente na indústria de baixa tecnologia e da cultura de soja.

[FOTO5] Para o ano que vem, as perspectivas ainda são de crescimento. As projeções da Codeplan apontam que a economia deve fechar o ano com variação de 1,7%. Segundo a gerente de contas e estudos sociais da Codeplan, Clarissa Jahns Schlabitz, os resultados da construção civil devem começar a aparecer no ano que vem e há tendência de que mais pessoas procurem empréstimos, devido às projeções de queda dos juros.

;Em 2020, se as bases continuarem como se encontram hoje, com inflação e taxa de juros baixas e economia entrando em trajetória positiva, a expectativa é de que tenhamos uma aceleração um pouco maior do que a vista neste ano;, avaliou Clarissa.