Uma moradora, que preferiu não se identificar, afirma que ficou surpresa e entristecida com a situação. Ela relata que Kley era uma boa pessoa e "não merecia passar por isso". Ela descreve a vítima como um homem gentil, educado e prestativo. "Não fazia mal a ninguém. Inclusive cuidava do jardim pra gente. Acho que foi um motivo banal que não precisava terminar assim. O mundo hoje precisa de mais empatia e amor", defende.
Uma vizinha de outro bloco confirma que Kley era uma boa pessoa. "A gente sempre conversava. Ele levava presentes em casa. Deixava na porta e ia embora. Depois perguntava se a gente tinha encontrado o que ele deixou. Era uma pessoa muito receptiva. Era até carente. Cumprimentava todo mundo que passava", completa. A mulher questionou o motivo do policial descer até a guarita do prédio com uma arma na cintura. "Estava de pijama e com arma. Acho que não precisava" disse.
O policial que cometeu o disparo não teve o nome revelado pela polícia. Segundo moradores com quem a reportagem conversou, ele vive em um dos blocos do edifício com a mulher e a filha. Ele teria reclamações constantes sobre os barulhos feitos por Kley Hebert.
Moradores confirmam que Kley tinha o hábito de falar sozinho e, às vezes, ouvia-se gritos do apartamento dele. Ele vivia sozinho no imóvel. Por causa desse comportamento, alguns vizinhos tinham receio de se aproximar dele.
O crime
O policial teria disparado por receio de ter a arma retirada. Em seguida, teria solicitado o socorro médico para atender o morador. O militar teria se apresentado na 21; Delegacia de Polícia (Taguatinga Sul) para registrar a ocorrência.
Em nota oficial, a Polícia Militar informou que o policial se apresentou voluntariamente na DP e que a corporação "já iniciou os procedimentos legais relacionados ao caso".
*Estagiária sob supervisão de Adriana Bernardes