Atualmente, quando o paciente é diagnosticado com câncer, o atendimento ocorre nos hospitais de Base, da Asa Norte, de Sobradinho, de Taguatinga e no Universitário de Brasília (HUB), que tem contrato com a Secretaria de Saúde.
Segundo a pasta, apenas no Hospital de Base, cerca de 900 quimioterapias são feitas por mês. No Regional de Taguatinga (HRT), em média, 350 procedimentos dessa natureza ocorrem mensalmente. A radioterapia também é feita no Base e no HUB, além de unidades privadas contratadas pelo órgão distrital. ;Pacientes são atendidos em até 60 dias após o diagnóstico;, ressalta nota oficial encaminhada pela secretaria.
A nova unidade deve ser construída no Setor Noroeste próximo ao Hospital da Criança de Brasília José de Alencar. O projeto, elaborado pela Companhia Urbanizadora da Nova Capital do Brasil (Novacap), prevê que a obra ocupe 40 mil metros quadrados. A estimativa é ter 152 leitos de internação e 20 de Unidade de Terapia Intensiva (UTI), além de capacidade para até 9 mil atendimentos por ano.
O diretor de Edificações da Novacap, Francisco Ramos, contou ao Correio que o edital para a contratação da empresa responsável pela construção deve sair em 40 dias. ;Este é um projeto que levou alguns anos para ser aprovado, mas, agora, a população pode esperar um local com o que há de mais moderno em medicina nuclear. Hoje, nenhum hospital atende a rede com esse sistema. Ele terá uma infraestrutura para atendimento inicial até a internação na UTI, caso necessário;, conta.
Como a unidade de saúde ainda está em fase de desenvolvimento, a Secretaria de Saúde informou que não definiu detalhes sobre o funcionamento. ;O objetivo é ampliar a oferta de serviços para reduzir ao máximo possível o tempo de espera por tratamentos de câncer no DF;, salienta a pasta.
Em tratamento
A notícia agradou a pedagoga Jussara Antunes, 44 anos. Desde outubro, ela trata um câncer no colo do útero no HRT. Ela conta que o tempo de espera para iniciar o combate à doença a assustou após o diagnóstico. ;Demoraram para descobrir o que eu tinha. Apesar de meu caso já estar avançado e precisar de início imediato do tratamento, quando cheguei ao Hospital de Base e me informaram que só teria vaga no próximo ano.;Depois de pedir auxílio à Defensoria Pública, a pedagoga conseguiu as primeiras sessões de radioterapia. Segundo a Secretaria de Saúde, atualmente, após o diagnóstico de câncer, um paciente leva em média 60 dias para iniciar o tratamento na rede pública. A expectativa é de que, com a construção do hospital, o número de vagas aumente, e a espera seja mais curta.
A artesã Cíntia Rocha Cerqueira, 43, tem câncer de mama e também buscou um caminho alternativo para acelerar o atendimento da rede pública. Ela recebeu o auxílio da ONG Abac Luz, que acolhe pacientes recém-diagnosticados e agiliza os exames necessários em atendimento particular. ;Quando descobri, já estava muito avançado. A sorte é que cheguei com a pasta de exames pronta. Precisei de uma cirurgia de emergência e também descobriram o câncer no cérebro. Agora estou há três meses aguardando o novo tratamento;, relata.
Para ela, o hospital oncológico deve otimizar o atendimento. ;A demora é grande, porque, se precisamos de uma ressonância, esperamos com pacientes de todas as outras enfermidades pelo mesmo exame. Com um local específico, imagino que tudo seja mais agilizado;, acredita.