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Explosões de caixas eletrônicos em Brazlândia podem estar relacionadas

Investigadores da Corpatri acreditam que uma mesma dupla realizou os crimes na madruga desta quarta-feira e na última sexta-feira. Os suspeitos não estão identificados

[FOTO1]A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) tenta identificar os dois criminosos que explodiram, na madrugada desta quarta-feira (20/11), um caixa eletrônico de uma agência bancária localizada na Quadra 5 do Setor Norte de Brazlândia. A dupla não conseguiu levar nada. Na última sexta-feira (15/11), o mesmo local sofreu um ataque, que também acabou frustrado. Os homens são, inclusive, suspeitos deste segundo crime.

Os bandidos chegaram à agência bancária por volta das 2h de terça-feira. Eles instalaram equipamentos em um dos caixas. A explosão destruiu o local e deixou as portas de vidro estilhaçadas. Não houve feridos e nenhuma quantia foi roubada. A área foi isolada, após varredura do Esquadrão Antibomba do Batalhão de Operações Especiais (Bope), para perícia da PCDF.

Esta foi a segunda explosão a caixa eletrônico na região administrativa em menos de uma semana. Na última sexta-feira, a mesma dupla teria invadido a agência e instalado um equipamento similar a um pé de cabra, além de explosivos. Em seguida, eles acionam o artefato e aguardam ao lado de fora. Após a fumaça acabar, eles retornam ao interior do estabelecimento bancário com uma mochila, com o intuito de pegar o dinheiro. Entretanto, eles não conseguiram retirar nenhuma quantia.

Inicialmente, os casos estavam em investigação na 18; Delegacia de Polícia (Brazlândia), mas foram encaminhados para a Coordenação de Repressão aos Crimes Patrimoniais (Corpatri). Para o delegado-chefe da especializada, André Leite, os dois crimes têm relação. ;Até o momento identificamos que se tratam de dois homens encapuzados. Provavelmente, são os mesmos suspeitos da primeira explosão, no feriado (de Proclamação da República). Inicialmente, não acredito que seja uma quadrilha especializada, mas pessoas que estão se aventurando por essa modalidade de crime. Por serem casos recentes, ainda estamos apurando todas as informações;, afirma.

Para Leonardo Sant;Anna, especialista em segurança pública, apesar de a explosão de caixas eletrônicos estar relacionada a organizações criminosas, é possível que o crime tenha sido cometido por pessoas sem experiência. ;Há a possibilidade de a dupla ter agido por experimentação, por não ter obtido sucesso. Mas, para se construir o artefato, não é barato. É preciso ter pessoas com conhecimento e investimento financeiro para a produção do explosivo. E esse grupo tinha, sim, todos os instrumentos para a detonação do caixa eletrônico;, destaca.

Aumento dos casos

Os casos de arrombamentos e explosões de caixas eletrônicos aumentaram mais de 66% em todo o Distrito Federal. Dados da Secretaria de Segurança Pública (SSP) indicam que, de janeiro a agosto deste ano, foram registrados cinco casos, sendo dois consumados e três tentados. No mesmo período de 2018, houve três registros, todos consumados.

De acordo com Leonardo Sant;Anna, o aumento dos casos deve ser algo observado pela segurança pública. ;Houve um decréscimo considerável neste tipo de 2017 para 2018 (passou de 20 para 8). O acréscimo de dois casos se comparado ao ano passado não pode passar despercebido. Sobretudo porque este tipo de crime está relacionado com o crime organizado, proporcionando maior poder econômico para essas quadrilhas. Então, precisa-se ter uma constância de investimento na parte de inteligência da segurança pública;, analisa.