Brasília padece de problemas que parecem exclusividade de velhas metrópoles. Quem, nos idos da década de 1960, imaginaria que a capital federal chegaria a 2019 com uma população de 3 milhões de habitantes e uma frota de 1,8 milhão de veículos? Fato é que, hoje, os moradores convivem, diariamente, com trânsito caótico, transporte público ineficiente, dificuldade de estacionamento, acidentes de trânsito, poluição.
Diante dessa realidade, o transporte sobre trilhos pode ser considerado uma boa alternativa de transporte coletivo, à medida que proporciona conforto, segurança e menor tempo de viagem ao usuário. O metrô do DF, com 24 estações distribuídas ao longo de 42 quilômetros, liga o Plano Piloto ao Guará, Águas Claras, Taguatinga Sul, Ceilândia e Samambaia.
No entanto, a cidade apresenta um modelo de ocupação territorial disperso, e o sistema sofre com o problema de baixa renovação de passageiros ao longo do percurso, situação que implica diretamente no Índice de Passageiros por Quilômetro (IPK), cujo valor é bem inferior à média brasileira. Em Brasília, também prevalece o ;movimento pendular;, configurado pelos movimentos de ida e volta ; de casa ao trabalho ;, que apresenta elevada concentração de demanda nos horários de pico.
O metrô precisa ser ampliado e, entre as necessidades prementes, estão os projetos de expansão para a Asa Norte, Samambaia e Ceilândia, a aquisição de novos trens e a modernização do sistema de controle. Trata-se de um sistema de transporte sobre trilhos, mas não é o único. Além dele, existem o trem metropolitano, o Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) e o monotrilho, cada qual com especificidades
técnicas, como capacidade de passageiros ou velocidade média.
O que todos têm em comum, entretanto, é o alto custo de implantação e manutenção. Transportes sobre trilhos não apresentam viabilidade econômica, se considerada somente a receita de bilhetagem. Por esse motivo, em muitos metrôs do mundo, a exploração comercial é vinculada à exploração de outros negócios capazes de gerar receita adicional.
Na busca por soluções economicamente viáveis para expansão do sistema, o modelo de Parceria Público-Privada (PPP) tem sido adotado por sistemas metroviários, a exemplo de Madri, Buenos Aires, Tóquio, Chicago, Paris, Londres, Nova Iorque, Nova Deli, Moscou e Pequim. No Brasil, ela foi usada no sistema metroferroviário de São Paulo com sucesso. Em Brasília, o governo realizou os primeiros movimentos para colocar o sistema de PPP nos trilhos e pretende captar investidores no Fórum do Brics. Se dará certo? Somente o tempo dirá.