A denúncia chegou à Comissão de Direitos Humanos da Câmara Legislativa (CLDF) que, por meio de nota, afirmou que exigirá respostas do Governo do Distrito Federal (GDF) a respeito do caso. “A Comissão de Direitos Humanos da Câmara Legislativa registrou denúncia por parte de professora do CED 07 (Ceilândia) – escola militarizada no início do ano – que relatou ter sido desrespeitada por um militar enquanto dava aula. Não cabe ao executivo local atuar de forma autoritária, impondo um modelo não dialógico e que, na prática, acaba com o protagonismo dos professores no processo educacional”, diz a nota assinada pelo presidente do colegiado, deputado Fábio Felix (PSOL).
Em trecho do áudio enviado à direção da escola, a educadora diz ter pedido ao sargento que se retirasse de sala e que respeitasse sua autoridade como professora. No entanto, o militar teria recusado a sair. “Esse senhor está andando na minha sala, acabou de me desautorizar perante a minha turma e isso é inadmissível. Eu falei pra ele que a turma é minha enquanto eu estiver aqui dentro. E ele está sorrindo, fazendo chacotas e sendo irônico”, diz a docente.
A deputada distrital Arlete Sampaio (PT) repudiou o que chamou de “ingerência de um profissional de segurança pública em sala de aula”. Em nota emitida, nesta terça-feira (12/11), a parlamentar se colocou contra a presença de militares nas escolas no DF. “Não é por meio de atores sociais que não fazem parte do universo educacional que resolveremos as questões emergentes da educação, por isso afirmamos que a militarização das escolas não é a solução”. Os áudios foram anexados à denúncia da Comissão de Direitos Humanos da CLDF.
Em nota, o Sindicato dos Professores no DF (Sinpro/DF) afirma que “este, infelizmente, tem sido um cenário corriqueiro em escolas militarizadas pelo GDF” e que “o projeto de militarização não muda a realidade da escola, exceto no processo de intensificação da violência”.
A Secretaria de Educação do DF (SEE-DF) declarou que irá apurar os fatos para então se manifestar. Já a Polícia Militar informou que todas as partes serão ouvidas e os fatos serão analisados pela corporação para esclarecer o ocorrido.