Jornal Correio Braziliense

Cidades

Polícia prende três suspeitos

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Apesar da prisão de três suspeitos, as circunstâncias da morte de Rubiana Rosa, 44 anos, seguem sob investigação. Na madrugada de 20 de outubro, ela despencou de um prédio no Guará e caiu dentro de uma oficina, vizinha ao edifício. Ontem, agentes da Polícia Civil prenderam dois homens e uma mulher, últimas pessoas a terem contato com a vítima. O trio nega ter envolvimento no caso, entretanto, a linha de investigação indica que se trata de homicídio ou feminicídio.

As detenções ocorreram ontem pela manhã. Wilson Rodrigues Amadeu, 37, Danubia Mangueira de Santana, 23, e Uarlei Alves de Lima, 23, costumavam se reunir com Rubiana para consumir bebida alcoólica e drogas no prédio de onde ela caiu, segundo a apuração da 4; Delegacia de Polícia (Guará). Os acusados moravam no edifício, e o mais jovem deles teria se relacionado uma vez com a vítima.

Danubia e Wilson mantinham um relacionamento, porém, se separaram após a morte de Rubiana, o que causou estranheza aos policiais. Os agentes o prenderam, assim como Uarlei, no prédio do Guará. A mulher foi encontrada em um hotel de Samambaia. De acordo com o delegado à frente do caso, João Maciel, uma denúncia anônima chegou à delegacia, informando que, no dia da morte, Rubiana estava nua no edifício, enquanto um dos suspeitos tentava estuprá-la.

;A primeira informação que recebemos foi de que Wilson seria o responsável pela tentativa de estupro. Porém, em depoimento, ele apontou Uarlei como autor;, detalhou o investigador. Agora, os policiais aguardam o resultado da perícia feita no corpo de Rubiana para indicar se ela sofreu violência sexual. Além disso, os peritos coletaram material das unhas dela, que será analisado e comparado com o DNA dos suspeitos.

Contradições

Inicialmente, os policiais adotaram suicídio como uma das principais linhas de investigação sobre a morte de Rubiana. Os suspeitos se apropriaram dessa tese e contaram aos policiais que a amiga tinha depressão e que teria se matado. Mas, segundo o delegado, os depoimentos tiveram contradições, e as câmeras de segurança do prédio e de comércios comprovaram as mentiras. ;Ainda não conseguimos dizer qual é a motivação do crime. Porém temos certeza de que eles faltaram com a verdade, o que levou à prisão deles;, frisou o delegado. De acordo com ele, imagens obtidas pela investigação comprovam que os horários de chegada e saída do prédio informados pelos suspeitos não condizem com os depoimentos.

Entre as hipóteses levantadas pelos policiais está a de que Rubiana caiu do prédio no momento em que fugia dos suspeitos. A outra é de que os acusados a jogaram desacordada do edifício. ;Os peritos informaram que a causa da morte foi traumatismo policraniano, ocasionado pela queda do prédio. Então, ela despencou ainda viva do edifício e sofreu diversas fraturas;, ressaltou. Uarlei tem passagens pela polícia por desacato e lesão corporal contra um policial, além de denúncias por tráfico de drogas. Wilson responde a processo por Lei Maria da Penha por ter esfaqueado Danúbia. Ela é investigada por injúria e lesão corporal.

DF chega a 29 feminicídios
Caso seja confirmada como feminicídio, a morte de Rubiana será o 29; crime dessa natureza registrado no DF em 2019, mais do que o total do ano passado, com 28 ocorrências. No sábado, a dona de casa Renata Alves dos Santos, 29 anos, foi assassinada pelo companheiro, o entregador Edson dos Santos Gomes, 43. Segundo investigadores da 30; DP (São Sebastião), o suspeito matou a mulher espancada, em frente à mãe dela. Em seguida, deitou ao lado do corpo e dormiu, momento em que a testemunha saiu e chamou ajuda. Policiais militares o prenderam.