As portas do Colégio Alub permanecem fechadas. Do lado de fora, pais e alunos se reuniram ontem, nas unidades de Taguatinga e da Asa Norte, para tentar encontrar uma solução para o problema. A instituição suspendeu as aulas na última quarta-feira e ainda não deu previsão de retorno. Enquanto isso, os responsáveis pelos estudantes temem que os filhos não consigam concluir o ano letivo.
Na Asa Norte, a sensação dos pais era de indignação e preocupação. Na parede, uma faixa dizia que as matrículas estavam abertas. As portas, contudo, estavam trancadas. A situação tem tirado a tranquilidade do bancário Elson de Sousa, 54 anos, pai de Mariana Gonçalves, 16, estudante do 2; ano do ensino médio. ;Eles fizeram uma paralisação em agosto, mas disseram que a situação ia se regularizar. A gente continuou na escola e agora, depois do feriado, ela fecha;, reclamou.
O Colégio Alub passa por dificuldades desde a prisão do dono do grupo, o empresário carioca Arthur Mário Pinheiro Machado, em um das fases da Lava-Jato. Nesta semana, a instituição divulgou um comunicado aos pais informando que as aulas seriam suspensas para reorganização do quadro de professores.
O bancário Fernando Barbosa, 45, tem dois filhos matriculados na instituição e reclamou da falta de informação. ;Alguns pais conseguem informações, mas nada é oficial. O grande medo é os nossos filhos perderem o ano letivo;, lamentou. A situação é ainda mais grave para os alunos do 3; ano do ensino médio, como é o caso do filho da servidora pública Silvane Iazza, 51. ;A gente está sem retorno, não tem previsão e ninguém atende na secretaria. O meu filho está desestimulado, vai prestar Enem e não sabe se vai se formar. É uma angústia que a gente não esperava;, disse.
Em nota oficial, a instituição afirmou que, em 2018, a empresa teve R$ 45 milhões bloqueados ;sob a desculpa de garantir eventual ressarcimento, tendo por motivação suposto ilícito que ainda seria objeto de apuração;. O Alub ressaltou que se ;vê obrigado a negociar a venda de unidades para honrar com o pagamento dos salários de seus profissionais;. A instituição acrescentou que segue no ;propósito de reequilibrar as contas da empresa e restabelecer sua imagem;. O colégio afirmou ainda que está em contato com os órgãos jurisdicionais em busca da ;efetiva justiça, que o caso requer;.
Unidades irregulares
Um grupo de pais esteve na Secretaria de Educação ontem para cobrar um posicionamento da pasta. Por meio de nota oficial, a secretaria informou que as unidades da Asa Norte e do Gama não estão regularizadas. O credenciamento do colégio do Gama está vencido desde 2018 e o da Asa Norte foi indeferido em junho deste ano.
A pasta ainda afirmou que não cabe a ela o fechamento das portas da instituição. ;Quanto à regularização da vida escolar, os estudantes não serão prejudicados, porque é possível solicitar um exame de classificação na escola na qual irão pleitear a matrícula.;