Juliana Andrade
postado em 18/10/2019 17:29
[FOTO1]A sensação de pais e alunos do Colégio Alub é de indignação e preocupação. Nesta sexta-feira (18/10), os responsáveis pelos estudantes se reuniram em manifestação em frente à unidade de Taguatinga, pela manhã, e à tarde, na unidade da Asa Norte, em busca de uma solução. A instituição está com as portas fechadas desde quarta-feira (16/10) e até o momento não deu previsão de retorno das aulas.
A situação tem tirado o sono da servidora pública Silvane Iazza, 51. Ela tem um filho matriculado no 3; ano do ensino médio e teme que o rapaz não consiga se formar neste ano. "A gente está sem retorno, não tem previsão e ninguém atende na secretaria. O meu filho está desestimulado, vai prestar Enem e não sabe se vai se formar. É uma angústia que a gente não esperava", lamenta. Silvana afirma que já pagou as mensalidades de todo o ano e se vê refém do problema.
Nesta semana, a instituição interrompeu as aulas, alegando que precisava reorganizar o quadro de professores, que entraram em greve por não receberem salário. A escola passa por dificuldades desde a prisão do dono do grupo, o empresário carioca Arthur Mário Pinheiro Machado.
A falta de aula preocupa principalmente os alunos que estão no ensino médio. Eduardo Henrick Szervinsk, 16, estudante do 1; ano, está fazendo o PAS e acredita que vai ser prejudicado com a situação. "A gente não está tendo conteúdo. Enquanto, em outras escolas os alunos estão tendo aulas direito, estão sendo preparados, estão lá na frente, a gente está aqui sem aula. Isso com certeza vai influenciar no nosso futuro", reclama o estudante.
À tarde, um grupo de pais foi à Secretária de Educação atrás de respostas do governo diante do problema. Procurada pelo Correio, a pasta informou que os responsáveis estavam reunidos com representantes da Secretaria neste momento.
Transferência
Alguns pais afirmam que estão tendo dificuldade até mesmo para transferir os filhos para outras escolas. O bancário Ricardo Pereiro da Costa, 45, tem três filhos matriculados na insitituição e disse que procurou duas escolas. As duas, contudo, afirmaram que já estavam fechando o ano letivo e não tinham como aceitar novos alunos. "A gente não sabe como lidar com a situação. Meu caçula gosta muito de vir para a aula e agoram não temos nem onde colocar ele para poder ir trabalhar. Toda a rotina da família foi alterada", afirma.
Escolas como o Colégio JK se pronunciaram nesta sexta-feira afirmando que irão receber os estudantes. Em nota oficial, o JK disse que vai iniciar na próxima semana a retomada das aulas dos alunos do Colégio Alub da 913 Norte e do Gama. O colégio Guiness em Taguatinga Sul também afirmou que vai receber os alunos e ofereceu descontos na mensalidade.
Por meio de nota oficial, a instituição afirmou que em 2018 a empresa teve parte dos bens bloqueados "sob a desculpa de garantir eventual ressarcimento, tendo por motivação suposto ilícito que ainda seria objeto de apuração" e se "vê obrigado a negociar a venda de unidades para honrar com o pagamento dos salários de seus profissionais, ao quais dedicou tratamento respeitoso e digno. Também busca como alternativa a parceria com diversos investidores". A instituição acrescenta que segue no "propósito de reequilibrar as contas da empresa e restabelecer sua imagem;. O colégio afirma ainda que está em contato com os órgãos jurisdicional em busca da "efetiva justiça, que o caso requer".