O profissional de saúde foi condenado por homicídio culposo (sem intenção de matar) e recebeu como pena um ano e quatro meses de detenção, que poderão ser cumpridos em regime aberto. Além disso, ele deverá pagar R$ 250 mil, corrigidos da data do fato, aos familiares da vítima.
Jaqueline morreu depois de passar por uma endoscopia para aplicação de plasma de argônio, em um clínica no Sudoeste, em 2016. O procedimento é proibido para pacientes submetidos a cirugia bariátrica por determinação do Conselho Federal de Medicina (CFM). Jaqueline tinha sido operada em 2011.
Na decisão, publicada na segunda-feira (7/10), a juíza Ana Cláudia Loiola Mendes ressalta que, além de não cumprir a norma, Doca Júnior não levou a paciente ao hospital imediatamente mesmo depois de notar que havia algo de errado.
"Ao submeter uma paciente a procedimento não normatizado pela entidade de classe, o acusado aumentou o espectro de risco advindo do próprio procedimento. E ainda, após o procedimento, a paciente apresentava sinais de que não evoluiria conforme a normalidade, pois consta nos autos que, por volta de meio dia, já era cogitada sua remoção a um hospital, fato que só se concretizou às 21h30", escreveu a magistrada.
Dessa forma, a juíza conclui que o médico não cumpriu com o seu dever. "A conduta do acusado deu causa à morte da vítima, evidenciando o nexo de causalidade. O acusado agiu com descumprimento ao dever de cuidado objetivo, agindo com imprudência, bem como agindo com imperícia."
[SAIBAMAIS]A defesa de Lucas alega que o procedimento é amplamente utilizado por profissionais e que o Paracer traz afirmações destituídas de comprovação científica, evidenciando opinião pessoal do subscritor. À decisão cabe recursos.
Médico tem outros processos
Em 2009, o Ministério Público do Distrito Federal e dos Territórios (MPDFT) denunciou o médico pela morte, em 2006, da professora de direito Fernanda Werling. Ela passou pelo procedimento de redução de estômago, comandado por ele. Lucas foi absolvido.
Outro caso envolvendo o médico foi o da psicóloga Maria Cristina Alves da Silva. Ela morreu em 2008, após passar pelo mesmo procedimento com o médico. Ele foi denunciado por homicídio doloso (quando há intenção de matar). Ainda não há decisão sobre esse episódio.