Jornal Correio Braziliense

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Ana maria campos/anacampos.df@dabr.com.br


Crime da 113 Sul: o julgamento histórico

O julgamento da arquiteta Adriana Villela vai marcar a história do júri em Brasília. O mais longo, com mais de 100 horas de debates, depoimentos e apresentação de provas. Um dos crimes de maior repercussão na cidade, com a morte brutal de três pessoas, sendo uma delas o ex-ministro do TSE José Guilherme Villela, numa cidade onde a advocacia é forte. Um advogado de defesa estrelado, Antônio Carlos de Almeida Castro, o Kakay. Uma investigação policial conturbada, que resultou na condenação cível e criminal da primeira delegada encarregada do caso, Martha Vargas, por fraude processual e tortura. E uma condenação alta: 67 anos e seis meses de prisão em regime fechado. Foi uma vitória da acusação, do Ministério Público, que, apesar das dúvidas relacionadas à investigação, conseguiu convencer os jurados da culpa de Adriana.



Defesa vai apontar falhas do sistema de justiça brasileiro

Nos minutos que antecederam o anúncio da sentença, no Tribunal do Júri, a defesa de Adriana Villela estava animada com a possibilidade de conseguir uma absolvição. Ela aparentava tranquilidade. Mas a notícia foi a pior: condenação. A uma amiga, Adriana disse mais tarde que acredita na Justiça, que deverá julgar os seus recursos. Os advogados vão recorrer a uma Turma Criminal do Tribunal de Justiça do DF, e o caso não deve parar aí. Ministério Público e defesa devem brigar até o STF. No fim do julgamento, Kakay deu o tom do que deve ser a linha: ;erro da Justiça;. Adriana pretende trabalhar a tese de ;falibilidade do sistema brasileiro;.
Está bem adaptada ao momento do país.



; BRB tem programa de Integridade

O BRB lançou, na última sexta-feira, seu Programa de Integridade. A ação é voltada para a prevenção, detecção e punição de eventuais irregularidades que possam ocorrer dentro da Instituição. Consiste na adoção de medidas de fortalecimento da governança e de compliance e possibilita uma melhoria do ambiente corporativo, mitigação de fraudes e promoção da transparência. Entre outras ações, prevê a criação de uma Corregedoria (canal de denúncias), voltada ao público interno e externo; a criação do Portal Integridade, além da revisão da base normativa do banco.



Veja como os senadores do DF votaram na Reforma da Previdência:

Leila Barros (PSB-DF): No texto, votou não. Nos destaques, votou a favor da manutenção do direito ao abono salarial para quem ganha até dois salários mínimos. Ela justifica: ;Uma reforma sólida não poderia deixar de fora categorias que conseguem fazer lobby junto aos governantes. O texto estava pesado para os trabalhadores, principalmente os mais pobres. Uma reforma justa não pode aumentar as desigualdades. Por exemplo, não é justo que viúvas recebam 60% das aposentadorias dos maridos enquanto os mais ricos empresários gozam de isenções tributárias e previdenciárias que poderiam manter o sistema para diversos segmentos. Apresentei emendas para corrigir distorções como essa, mas foram rejeitadas. Fiz um grande esforço para reduzir o meu nível de expectativas sobre o que seria a reforma ideal, mas minha consciência pesou na hora do voto;.



José Antônio Reguffe (Podemos-DF): Votou sim no texto. Nos destaques, votou a favor da manutenção do direito ao abono salarial para quem ganha até dois salários mínimos. Reguffe argumenta: ;A reforma é necessária. Há um deficit que é real, não é fictício. Só no ano passado, foi de R$ 265 bilhões. Além disso, não é justo uma pessoa da minha idade, com 47 anos, por exemplo, se aposentar e o contribuinte ter que pagar por isso. Hoje, já gastamos 52% do Orçamento da União com a previdência. Agora, conseguimos melhorar no Senado o texto que veio da Câmara. Consegui que a minha emenda que proíbe que pensões e benefícios sejam menores do que um salário mínimo fosse aceita. Votei também favorável ao destaque e conseguimos garantir o abono salarial para quem ganha até dois salários mínimos. Abri mão no primeiro dia
do mandato da aposentadoria parlamentar e sou também contribuinte do INSS. Votei com a minha consciência e pensando no país. A reforma é realmente necessária;



Izalci Lucas (PSDB-DF): Votou sim no texto. Nos destaques, votou contra a manutenção do direito ao abono salarial para quem ganha até dois salários mínimos. Izalci explica o voto: ;Conheço bem a realidade do Brasil, inclusive serei relator do orçamento da educação para 2020, que já está 20% menor do que o de 2019. Hoje, 96% do orçamento são despesas obrigatórias, com a previdência e folha de pagamentos. Sobra 4% para pagar todo o custeio e investimento. O governo já está buscando empréstimos para pagar custeio. Neste ano, foram R$ 248 bilhões. O Brasil quebrou. Se não resolvermos a questão da previdência, não temos saída. E esse é apenas o primeiro passo. Precisamos também aprovar a reforma do Estado, o Pacto Federativo e a reforma tributária. O Brasil precisa de mudança;.