Jornal Correio Braziliense

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Crime da 113 Sul é o julgamento de réu único mais longo da história do DF

O Tribunal do Júri de Adriana Villela dura mais de 50 horas e ainda não tem previsão oficial para acabar

Com mais de 50 de horas, o julgamento de Adriana Villela é o mais longo com réu único da história do Distrito Federal. O Tribunal do Júri começou na segunda-feira (23/9) e ainda não tem previsão para acabar. Neste sábado (28/9), nove testemunhas de defesa devem ser ouvidas. A acusada deverá ser interrogada apenas neste domingo (29/9), porém, não há cronograma oficial das sessões.

Em 2015, o Tribunal do Júri de Brasília absolveu militares acusados de participar do massacre da Estrutural em 1998. O julgamento durou seis dias, maior do que o atual, entretanto, analisou acusações contra nove pessoas, ao contrário do júri de Adriana, que conta apenas com uma ré.

Neste sábado, a primeira testemunha do dia foi Francisco das Chagas Leitão, amigo de faculdade de Adriana. Ao júri, ele contou que esteve com Adriana no dia do crime, em 28 de agosto de 2009, em um seminário na Asa Sul. De acordo com a testemunha, a ré esteve no lugar até o início da noite.

Em seguida, uma amiga de infância de Adriana, Graziela Ayres Ferreira Dias, prestou depoimento e deu detalhes também sobre o dia do crime. De acordo com ela, a ré teria saído desse seminário e ido para a casa dela, na Vila Planalto. ;Na hora que Adriana saiu, eu liguei a televisão e estava no final do Jornal Nacional;, informou a testemunha.

De acordo com a defesa, consta nos autos do processo um ofício da Rede Globo detalhando que o programa terminou às 20h57 em 28 de agosto de 2009. A idéia dos advogados é trazer testemunhas que comprovem que Adriana não esteve na cena do crime no dia do triplo assassinato.

Entretanto, em outro depoimento, prestado em Natal (RN), Graziela informou à Polícia Civil que não sabia qual programa era exibido na televisão no momento em que Adriana deixou a casa dela. Porém, a testemunha atribuiu o desencontro de informações ao tratamento dos policiais da Coordenação de Crimes Contra a Vida (Corvida) que investigavam o crime na época. ;Me senti acoada. Eram diferentes agentes me perguntando a mesma coisa o tempo todo. Durante sete horas, fiquei respondendo eles. Tive medo;, frisou.

Apesar do depoimento das testemunhas que servem como álibi para Adriana, o Ministério Público ressaltou que não há estabelecido o horário em que o crime ocorreu. O promotor Marcelo Leite explicou que no início da tarde, os assassinos condenados pelo triplo homicídio estavam em uma parada de ônibus esperando a acusada para receber o pagamento.

Ainda segundo a acusação, horas depois, por volta das 23h, eles estariam deixando o DF, portanto, o crime aconteceu nesse intervalo de tempo. ;Não podemos definir um horário exato;, comentou o promotor.

Entenda o caso

Adriana Villela é suspeita de ordenar o assassinato dos próprios pais, o ex-ministro José Guilherme Villela e a advogada Maria Villela, além de Francisca, que trabalhava com a família havia 30 anos. Em 28 de agosto de 2009, os três foram esfaqueados até a morte no que ficou conhecido como crime da 113 Sul.