A 23; vítima de feminicídio no Distrito Federal, Queila Regiane da Costa Santos, 43 anos, foi enterrada sob forte comoção de familiares, amigos e conhecidos. A cerimônia ocorreu na tarde de ontem, no cemitério de Sobradinho II, e reuniu cerca de 50 pessoas. O marido da vítima, Iron da Cruz Dias, 38, confessou o assassinato a investigadores da 35; Delegacia de Polícia (Sobradinho 2) horas após o crime, cometido na quinta-feira, na Fercal. A mulher deixa duas filhas, de 13 e 18 anos.
Abalados com a morte de Queila, os familiares próximos tentavam se consolar com abraços. O velório emocionou os presentes, e uma tia da vítima chegou a precisar de atendimento médico. As filhas estavam muito abaladas, e, em meio à despedida, um parente tentou trazer uma palavra de conforto. ;Um ato tão horroroso como esse não apagará a bondade e a luz que nossa querida (Queila) Regiane tinha. Agora, ela está acolhida nos braços de Deus. A nossa única certeza é que, um dia, também chegaremos ao céu. Enquanto isso, pedimos a Ele que nos socorra em um momento tão difícil como este;, disse José Mário Marechal, 53.
Amigo de Queila há 23 anos, o aposentado Cesar Corrêa, 67, descreveu a mulher como uma pessoa dedicada à família. ;Tudo o que ela fazia era por eles (marido e filhas). Ela se dedicava o tempo inteiro para cuidar de todos, era uma pessoa bondosa e amável. Recentemente, ela estava tomando conta do bar na Fercal, próximo da casa para onde se mudou há cerca de três meses. Assim, a Queila conseguia ficar mais próxima da menina mais nova dela;, lembrou.
Questionado se Queila já sofria violência doméstica, Cesar contou que Iron passou a ter ataques de ciúmes após a mulher passar por uma cirurgia bariátrica, no início do ano. ;Também o conheço desde novo, por isso, fiquei muito abalado com a tragédia. A Queila sempre foi uma mulher bonita, comunicativa e muito extrovertida, se dava bem com todos. Quando ela passou pelo procedimento cirúrgico e ficou magra, o Iron começou a demonstrar um lado que não tínhamos visto antes. Passou a ter ciúmes a todo momento. Mas nada disso justifica um ato tão lamentável, que destruiu uma família inteira;, comentou.
Em conversa rápida com a reportagem, o pai da vítima ; que não quis se identificar ; afirmou que a filha mais nova de Queila, de 13 anos, ficará sob custódia de uma tia. A família irá procurar atendimento psicológico para a adolescente, para ajudá-la a enfrentar a perda.
Saiba onde procurar ajuda
Central de Atendimento à Mulher em Situação de Violência
O serviço gratuito da Secretaria de Políticas para as Mulheres da Presidência da República serve como disque-denúncia em casos de violência contra a mulher
Telefone: 180
Centro de Atendimento à Mulher (Ceam)
Espaços de acolhimento e atendimento psicológico, social, orientação e encaminhamento jurídico
Funcionamento: de segunda a sexta-feira, das 8h às 18h
Locais: 102 Sul (Estação do Metrô), Ceilândia, Planaltina
Delegacia Especial de Atendimento à Mulher (Deam)
Endereço: Entrequadra 204/205 - Asa Sul
Telefone: 3207-6172
Disque 100
Ministério da Mulher
O Ministério da Mulher, Família e dos Direitos Humanos recebe ligações gratuitas por telefone 24h para quem precisar fazer denúncias de violência que acabou de acontecer ou que está em curso
Telefone: 100
Núcleos de Atendimento à Família e aos Autores de Violência Doméstica (Nafavds)
Acompanhamento psicossocial às vítimas, familiares e autores
Locais: Brazlândia, Gama, Núcleo Bandeirante, Paranoá, Planaltina, Samambaia, Santa Maria, Sobradinho e no Plano Piloto
Programa de Prevenção à Violência Doméstica (Provid) da Polícia Militar
O serviço de acompanhamento de famílias está disponível em todos os batalhões e conta com 22 equipes
Telefones: 3910-1349 / 3910-1350