De acordo com ele, a inocência de Adriana derrubaria a tese da acusação contra Francisco, que diz que o crime cometido por ele seria um homicídio com mandante. "Caso isso aconteça, muito provavelmente a defesa fará uma revisão criminal no Tribunal de Justiça, pedindo que desfaça a condenação porque houve erro do judiciário", ressalta o advogado.
Francisco foi preso em 23 de setembro de 2010 pela extinta Coordenação de Crimes Contra a Vida (Corvida). De acordo com a acusação, ele executou as vítimas e agiu a mando de uma pessoa. Entretanto, ele nunca confessou o crime. "Ele cumpre pena até hoje e a família sofre com isso. Na época, fizemos o que podíamos fazer", destaca o defensor. O sentenciado foi condenado a 55 anos de prisão, sem direito a recorrer em liberdade.
Quarto dia de julgamento
Nesta quinta-feira (26/9), o Tribunal do Júri recebe testemunhas de defesa de Adriana Villela. Por volta das 15h, os jurados começaram a escutar depoimento de Regina Batista Lopes de Luna. Ela conheceu a ré em um grupo de terapia que faziam juntas há cerca de 10 anos. De acordo com a testemunha, ela alugou uma loja que Adriana era dona após as mortes dos pais, entretanto, passou a ser investigada pela Corvida.
[SAIBAMAIS]Regina detalhou que os investigadores chegaram a cumprir mandado de busca e apreensão na casa dela, quando começaram as suspeitas. ;Ele virou para mim agressivo no tom de voz. Bateu com as mãos em cima da mesa e disse que a casa caiu;, disse a mulher sobre um agente da Corvida, no que teria a destratado na época das investigações.
De acordo com Regina, os policiais acreditavam que ela teria participado do assassinato do casal Villela e que Adriana deu a loja que ela havia alugado como pagamento pelo crime. ;Tive que provar a minha inocência;, reforçou. Os policiais, em outubro de 2010, chegaram a pedir a prisão da mulher, entretanto, foi indeferido pelo Ministério Público.
Segundo a acusação, o depoimento de Regina é uma estratégia para tirar a credibilidade das investigações da Corvida, que identificou as inconsistências na apuração da 1; Delegacia de Polícia (Asa Sul), divisão que iniciou as diligências do triplo assassinato.
Entenda o caso
Adriana Villela é suspeita de ordenar o assassinato dos próprios pais, o ex-ministro José Guilherme Villela e a advogada Maria Villela, além de Francisca, que trabalhava com a família havia 30 anos. Em 28 de agosto de 2009, os três foram esfaqueados até a morte no que ficou conhecido como crime da 113 Sul.
Após 10 anos, ela encara júri popular. Desde segunda-feira (23/9), uma série de pessoas ligadas ao caso têm dado depoimento. Até o terceiro dia, sete testemunhas de acusação e uma de defesa foram ouvidas. A previsão é de que o julgamento termine na sexta-feira (27/9), mas pode ser adiado, caso haja necessidade.