Jornal Correio Braziliense

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Testemunhas de defesa são ouvidas no quarto dia de júri de Adriana Villela

Julgamento começou com uma hora de atraso, com depoimento de ex-cunhado de Adriana, que se emocionou. Tanto defesa quanto acusação relataram expectativas positivas

O quarto dia de julgamento de Adriana Villela começou com atraso de uma hora, nesta quinta-feira (26/9). A sessão estava marcada para às 8h, mas começou às 9h. A ré chegou ao Tribunal de Justiça do Distrito Federal (TJDFT) às 8h25 e não falou com a imprensa. O primeiro a ser ouvido pelo juiz Paulo Rogério Santos Giordano foi Enio Esteves, que faz parte das testemunhas de defesa da arquiteta. Ele é irmão de um ex-namorado de Villela, pai de Caroline, que morreu em 1983, quando ela ainda estava grávida.

O depoimento de Enio emocionou a ré. Adriana chorou quando a testemunha lembrou do irmão. "O contato com ela foi muito frequente depois que meu irmão faleceu, na época em que Adriana estava grávida, esperando a Carolina. Ela tinha uma preocupação em preservar a memória dele, foi muito amorosa", disse a testemunha. Enio também chorou com as lembranças.

A testemunha ouvida nesta manhã não morava em Brasília na época do triplo assassinato e disse que seus conhecimentos sobre o crime da 113 Sul eram apenas o que ele ouviu de pessoas próximas. O teor dos depoimentos foi embasado na relação de Adriana com familiares e amigos.

Na quarta-feira (25/9), uma carta agressiva da arquiteta para a mãe, escrita em 2006, foi lida pelo Ministério Público. Na manhã desta quinta-feira (26/9), a defesa mencionou a referida carta e argumentou que houve outras, cujo teor demonstravam o carinho da arquiteta pelos pais. "O MP não considerou dezenas de cartas e e-mails que estão nos autos, absolutamente amorosos, após essa carta. Isso é deslealdade. Simplesmente desprezar mais de 80 cartas carinhosas que demonstrava o amor de Adriana pelos pais", disse Antônio Carlos de Almeida Castro, o Kakay.

O Ministério Público também se manifestou, por meio do promotor Marcelo Leite Borges. "A carta deixa claro a questão da discussão, das brigas entre mãe e filha por questões financeiras, que é justamente o que entendemos como motivo do crime. Essa carta foi apreendida no escritório de dona Maria Villela ainda pela 1; DP. Ali fica claro que o motivo da discussão é financeiro", explicou.