Desde o primeiro dia de julgamento, Adriana Villela é recepcionada por um grupo de amigos na portaria do Bloco C do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT). Após descer do veículo, poucos minutos antes do início das sessões, ela os abraça e recebe palavras de apoio. ;Vai dar tudo certo;, dizem os colegas, diariamente. Ela agradece e segue para o Tribunal do Júri, sem conceder declarações à imprensa.
No primeiro e segundo dia de sessões, Adriana usou um vestido preto, aparentemente o mesmo, porém, ontem, optou por outro modelo, colorido e estampado com folhas e flores. A ré se mantém séria durante os interrogatórios. Com um bloco de anotações, escreve de tudo, sempre observando as testemunhas de acusação. Depois, ela repassa as notas aos advogados, sentados logo atrás dela.
Em geral, Adriana não demonstra reações. Em alguns momentos, deixa escapar um sorriso de canto ou balança a cabeça, como na segunda-feira, durante o depoimento da delegada aposentada Mabel Alves. Os gestos aconteceram quando a testemunha mencionou a mesada paga pelos pais à acusada, de R$ 8,5 mil, além de acrescentar que a ré nunca havia trabalhado, apesar de ter mais de 40 anos à época do crime.
Nos três dias de julgamento até aqui, Adriana manifestou-se duas vezes. Uma durante o depoimento do delegado aposentado Luiz Julião Ribeiro e outra quando o promotor de Justiça Marcelo Leite estava com a palavra. Em ambas as situações, foi repreendida pelo juiz, que informou não ser a hora de ela falar. No momento das intervenções da arquiteta, a acusação comentava a participação dela no crime.
Ontem, Adriana manteve a expressão séria. Entretanto, não conseguiu segurar as emoções e chorou quando a primeira testemunha de defesa começou a depor, a comerciante Rosa Masuad Marcelo. Amiga da mãe da ré por 34 anos, ela detalhou aos jurados a relação da família Villela e lembrou das semelhanças na personalidade entre pai e filha.
R$ 8,5 mil
Suposto valor da mesada paga pelos pais a Adriana Villela à época do crime