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Os interrogatórios do julgamento da arquiteta Adriana Villela começaram. Por volta das 11h30 desta segunda-feira (23/9), o Tribunal do Júri começou a ouvir o depoimento da delegada aposentada Mabel Alves de Faria Corrêa. Adriana é acusada de participar do assassinato dos próprios pais e da empregada do casal, em 2009.
;Nunca tinha me deparado com uma investigação tão ruim;, disse Mabel ao júri. Na época do crime, a policial fazia parte da Corvida, divisão da Polícia Civil que trabalhava em casos de homicídios sem soluções. Ela participou das diligências do caso, e afirmou ter encontrado diversas inconsistências na apuração da 1; Delegacia de Policia (Asa Sul), chefiada pela delegada Martha Vargas.
;Fui chamada para uma reunião na Direção Geral para conhecer os autos. Nesse dia, constatei que as investigações estavam bagunçadas;, ressaltou. Dias após ter entrado no caso, a ex-delegada ressalta que Martha prendeu três suspeitos do crime e disse ter os encontrado com auxílio de uma vidente, a paranormal Rosa Maria Jaques
;Essa vidente participou ativamente dessa investigação;, reforçou. Segundo Mabel, a apuração de Martha era inconsistente e que suspeitava da apresentação das provas por parte da outra delegada. ;Rosa agia como uma estelionatária;, acusou.
A ex-delegada também falou sobre a personalidade da acusada, que durante as investigações tomava muito cuidado com ligações telefônicas, o que levanta suspeitas. ;Adriana Villela narra que recebia R$ 8 mil de mesada dos pais. Porém, quando eles diziam algum não, ocorriam os atritos;, disse Mabel.
Cinco dias de júri
O julgamento deve seguir até sexta-feira (27/9) e todas as sessões devem ter duração de até 12 horas. A expectativa é de que 39 testemunhas sejam ouvidas. 17 são de acusação e 22 de defesa. Entretanto, o juiz ainda pode dispensar alguns nomes e podem haver faltas.
Nesta segunda, quatro testemunhas de acusação serão ouvidas. As outras devem voltar ao longo da semana de julgamento. Elas foram dispensadas pelo juiz e não puderam acompanhar a sessão.
A previsão da defesa de Adriana é que ela seja interrogada entre quarta-feira (25/9) e quinta-feira (26/9). ;Temos plena convicção da inocência dela;, disse o advogado da acusada, Antônio Carlos de Almeida Castro.